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Crise dos combustíveis põe em risco alimentação dos animais. IACA prevê prejuízo de 4 M€ por dia

A IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais prevê “graves prejuízos no sector, quer no abastecimento de matérias-primas à indústria, quer no fabrico e distribuição dos alimentos aos animais, durante a greve dos transportadores de matérias perigosas, caso não se confirme a inclusão do sector da alimentação animal na definição de serviços mínimos a fixar em Despacho governamental”.

Relembre-se que os trabalhadores dos transportes de matérias perigosas anunciaram uma greve, por tempo indeterminado, a partir do dia 12 de Agosto.

A indústria, que produz diariamente uma média de 15.000 toneladas de alimentos para animais, afirma que os seus produtos não chegarão ao seu destino, caso esta inclusão não se verifique, colocando em causa a alimentação de cerca de 40 milhões de animais.

Para produzir, o sector movimenta diariamente mais de 500 camiões para o transporte de matérias-primas até ao local de fabrico e 1.200 camiões para o transporte das rações até às explorações pecuárias. A paragem destes transportes representa, por dia, um prejuízo de 4 milhões de euros,dizem os responsáveis pela IACA.

Problemas de saúde e bem-estar animal

Devido às rupturas de abastecimento, os industriais de alimentos para animais prevêem a ocorrência de problemas de saúde e bem-estar animal, obrigando a uma rápida intervenção da parte da DGAV – Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, isto “para evitar problemas de saúde pública”.

“A maioria das empresas não tem stocks para mais de dois dias, sendo que muitas delas trabalham com stocks ao dia, devido a questões de ordem financeira e falta de condições de armazenagem. A não inclusão do sector no Despacho governamental que definirá os serviços mínimos coloca em causa um sector que representa, directa e indirectamente, 2,8 mil milhões de euros anuais de volume de negócios, ou seja 38% do total da economia agrícola nacional (7,2 mil milhões de euros)”, afirma Jaime Piçarra, secretário-geral da IACA.

Apelo ao Governo

O sector apelou já ao “sentido de responsabilidade do Governo”, numa exposição enviada ao primeiro-ministro, António Costa, membros do Governo e DGAV, para que considere a alimentação dos animais como “prioritária na definição dos serviços mínimos”.

Ainda sem confirmação relativamente às suas pretensões, a Associação recorda que, além das empresas do sector, está também “em causa está o normal funcionamento de cerca de 84.000 explorações pecuárias e a alimentação diária de 9 milhões de galinhas poedeiras para a produção de ovos, 23 milhões de frangos, 1,6 milhões de bovinos, dos quais 235.000 são vacas leiteiras, 2,2 milhões de suínos e 2,5 milhões de ovinos e caprinos”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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