Análise SIMA – Sistema de Informação de Mercados Agrícolas
Cereais de Primavera-Verão
O Instituto Nacional de Estatística (INE) prevê que a produção global de milho, de regadio e de sequeiro, alcance 716 mil toneladas valor 5% acima do registado na última campanha e próximo da média do último quinquénio. Estima-se que a produtividade do milho de regadio poderá registar produtividades historicamente elevadas, um aumento de 5% no rendimento unitário, face a 2020, prevendo-se que alcance as 10,7 toneladas por hectare, ao nível dos mais elevados das últimas três décadas.
Na semana em análise prosseguiu a campanha de comercialização 2021-2022 de milho nas áreas de mercado Alentejo, Ribatejo e Beira Litoral.
O milho forrageiro apresenta uma qualidade excelente na área de mercado do Alentejo mas a oferta (média) não satisfaz a procura (média/ alta).
Na área de mercado da Beira Litoral, a oferta e a procura deste produto apresentam-se médias/ altas, as transacções ocorrem com boa intensidade devido às fábricas de rações.
Na área de mercado Ribatejo, o milho forrageiro apresenta uma boa qualidade e a oferta e a procura apresentam-se médias. Esta semana as cotações mais frequentes de milho grão forrageiro variaram entre 225 €/t e 265 €/t, sendo a cotação mais frequente máxima de 255 €/t.
Arroz
O INE prevê que a produção de arroz na campanha 2021-2022 alcance 173 mil toneladas, 7% acima da média do último quinquénio, correspondendo a um aumento de 30%, sobretudo devido ao aumento da área cultivada. Verificou-se ainda, de forma transversal às principais regiões produtoras, a presença de infestantes e fungos nas searas de arroz, sendo previsível um impacto negativo no rendimento.
No Baixo Mondego, a produtividade alcançada foi inferior à da campanha anterior, sobretudo devido à falta de luminosidade e calor durante o Verão, ao surgimento não controlado de piriculariose e ao elevado grau de infestação das searas por milhã.
No Ribatejo, os níveis de luminosidade foram superiores e, apesar da forte presença de infestantes, a produtividade média aumentou 30%.
Em contrapartida, no Alentejo, o incremento de produção foi essencialmente suportado pelo aumento da área semeada, com a reutilização dos cerca de 3 mil hectares de canteiros no Vale do Sado que, devido a obras de requalificação na infra-estrutura de regadio que os alimentava, não puderam ser explorados em 2020.Estima-se que 86% do arroz semeado em Portugal em 2021 foi do tipo Longo A / subespécie Japónica e 10% do tipo Longo B / subespécie Indica.
Nesta semana prosseguiu a campanha de comercialização 2021 – 2022 de arroz Longo A e Longo B na área de mercado Vale do Sado e Mira e na área de mercado Vale do Mondego.
Na área de mercado Vale do Sado e Mira, o arroz apresentou-se com qualidade boa, com uma oferta e uma procura média e manutenção das cotações. Os valores pagos à produção no Vale do Mondego são influenciados tanto pelo mercado nacional como pelo mercado internacional.
Na área de mercado Vale do Mondego a importação de arroz condiciona as cotações no sentido da baixa, agravada pelos custos acrescidos de logística derivados da situação pandémica.
Estima-se que a produção sofra uma quebra de cerca de 15% face à campanha anterior. As cotações de arroz Longo A mantiveram-se entre 340 €/t e 360 €/t e a cotação mais frequente de arroz Longo B foi de 350 €/t.
Cereais importados
O saldo comercial e o saldo em volume do mercado do sector de cereais é negativo, ou seja, Portugal é um país importador de cereais e os principais portos de entrada são Lisboa, Aveiro e Leixões. A Ucrânia, a França, a Espanha e o Brasil são os países origem das maiores importações de Portugal, quer em quantidade, quer em valor monetário. As cotações de cereais importadas representam a média de preços do cereal descarregado ponderados pelo respectivo volume.
Na semana em análise as cotações dos cereais importados foram as seguintes:
No primeiro semestre de 2021, o deficit de Portugal em cereais aumentou em 33% em volume, em relação ao período homólogo do ano 2020.
Todas as cotações aqui.
Agricultura e Mar Actual