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Copa-Cogeca alerta Ursula von der Leyen: “esperamos mais palavras e acções para a agricultura no próximo mandato”

A Copa-Cogeca, representante dos agricultores e das cooperativas agrícolas europeias, alertam a recandidata à presidência da Comissão Europeia, pelo Partido Popular Europeu, Ursula von der Leyen: “esperamos mais palavras e acções para a agricultura no próximo mandato”. A eleição da presidente da Comissão Europeia está marcada para a manhã de quinta-feira, 18 de Julho.

“Embora a agricultura esteja actualmente no centro das atenções, surgiu um certo paradoxo. Apesar das intenções expressas pelos partidos políticos durante a campanha [para as eleições europeias de 6 a 9 de Junho], ainda não assistimos a respostas políticas convincentes e inovadoras às dificuldades e preocupações levantadas durante os protestos agrícolas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conseguiu fornecer respostas a curto prazo ao propor simplificações à nova PAC [Política Agrícola Comum] e ao iniciar um trabalho de base ambicioso com o lançamento do diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura da UE [União Europeia]. Isso é bem-vindo. No entanto, esperamos mais palavras e acções para a agricultura no próximo mandato”, escrevem em artigo de opinião conjunto Christiane Lambert, presidente da COPA (representante dos agricultores europeus) e Lennart Nilsson, presidente da COGECA (representante das cooperativas agrícolas europeias).

“Precisamos de mais coerência política, especialmente entre as nossas ambições ambientais no mercado interno e a nossa política comercial. A este respeito, qualquer esforço no sentido de fazer avançar o acordo UE-Mercosul na fase inicial do mandato enviaria um mau sinal político

E realçam que “embora a nossa agricultura seja essencial e estratégica, continua frágil. Os desafios a médio prazo que irá enfrentar são existenciais. Como podemos promover as transições climáticas e ambientais necessárias, preservando simultaneamente a competitividade da nossa agricultura? Como podemos equilibrar a circularidade da nossa agricultura com a pecuária? Como vamos manter a nossa capacidade de inovação em áreas como a NGT, o biocontrolo, a gestão da água e a fertilização? Como iremos reforçar a nossa autonomia estratégica num contexto geopolítico cada vez mais complexo e desafiante? A nossa capacidade de responder a estas questões determinará a nossa capacidade de garantir a necessidade crítica de renovação geracional”.

Para aqueles representantes dos agricultores europeus, “se ainda for necessário reiterar, a agricultura europeia é um tema extremamente relevante na encruzilhada de todas as principais prioridades da UE. Quer se trate da segurança alimentar, do combate às alterações climáticas e da perda de biodiversidade, do sequestro de carbono, do avanço da economia bio/circular, das energias renováveis, do desenvolvimento rural ou da nossa política comercial, todos estão ligados à agricultura. Como se devesse ser recordado aos decisores políticos recém-eleitos, o nosso modelo agrícola, com a sua grande diversidade e modelo de agricultura familiar resiliente, é um trunfo importante que deve ser imperativamente reforçado”.

Orçamento da PAC

Christiane Lambert e Lennart Nilsson consideram que “certos elementos são essenciais se queremos restaurar uma visão estratégica da nossa agricultura. Neste momento, os agricultores e as cooperativas europeias procuram garantias sobre determinados compromissos assumidos durante a campanha, especialmente no que diz respeito à atribuição e à dimensão do orçamento da UE para a agricultura. Não podemos esperar que os agricultores façam mais, deixando-os incertos sobre o financiamento para os nossos objectivos comunitários. A este respeito, seria uma oportunidade perdida reduzir os orçamentos atribuídos à política de promoção, uma vez que se trata de uma das notáveis ​​histórias de sucesso da UE”.

“Precisamos de mais coerência política, especialmente entre as nossas ambições ambientais no mercado interno e a nossa política comercial. A este respeito, qualquer esforço no sentido de fazer avançar o acordo UE-Mercosul na fase inicial do mandato enviaria um mau sinal político. No que diz respeito à Ucrânia, embora devamos apoiar o seu esforço de guerra, os agricultores da UE não devem ser deixados a suportar parte do fardo da liberalização do comércio ou do potencial alargamento”, frisam, realçando ser também “crucial que os esforços de avaliação e simplificação iniciados em 2024 continuem, começando, por exemplo, com a regulamentação altamente complexa e impraticável da desflorestação”.

Pode ler o artigo de opinião completo aqui.

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