A direcção da Confagri — Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas está “indignada com as modestas medidas de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis que o Governo apresentou esta sexta-feira para os meses de Julho e Agosto”. E queixa-se da perda de competitividade face aos agricultores espanhóis, onde o gasóleo agrícola custa 1,464 euros/litro.
Idalino Leão, presidente da Confagri, afirma que “esta é a hora de se saldar a dívida de gratidão para com os agricultores”, como havia afirmado o primeiro-ministro num evento agrícola. Aqueles agricultores que, aquando do confinamento, “nunca ficaram em casa, mantendo activa e eficiente toda a cadeia agroalimentar (campo, indústria e distribuição), para que nada faltasse à mesa dos portugueses”.
Explica uma nota de imprensa da Confagri que estes “sucessivos aumentos em cadeia estão numa espiral inflacionistas sem fim à vista e com estas medidas paliativas, como hoje anunciadas (aumento do desconto no ISP de 3,4 cêntimos para 6 cêntimos por litro no gasóleo agrícola), não vamos conseguir assegurar a manutenção da actividade agrícola”.
Por consequência, “não vamos conseguir manter ou aumentar, como é esperado, a capacidade produtiva do sector, o que agravará a nossa situação de dependência externa para valores incomportáveis”, reforça a mesma nota de imprensa.
Para Idalino Leão, “qualquer medida que seja tomada para reduzir os custos fixos associados à energia terão de ter em conta o mercado ibérico e não permitirem a desvantagem competitiva dos nossos agricultores face aos seus congéneres espanhóis”.
Os custos da energia, adubos, pesticidas, mão-de-obra e outros factores de produção “estão a esgotar a tesouraria dos agricultores e das suas organizações, uma vez que não conseguem reflectir nos preços finais os agravamentos de custos com que estão a ser confrontados, o que poderá levar ao abandono da actividade agrícola”, diz a mesma nota.
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