Início / Agricultura / Comité Económico e Social Europeu: PAC tem de reforçar o segundo pilar para garantir apoio suficiente às zonas rurais

Comité Económico e Social Europeu: PAC tem de reforçar o segundo pilar para garantir apoio suficiente às zonas rurais

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) diz que a Política Agrícola Comum (PAC) revista para o período de 2021 a 2027 “tem de reforçar o segundo pilar, a fim de garantir apoio suficiente às zonas rurais para lhes permitir responder a todos os desafios económicos, ambientais e societais”. E que deve criar soluções para o problema do abandono de terras no espaço rural, que persiste em algumas regiões.

Os cidadãos e os consumidores têm um conhecimento limitado ou impreciso sobre as zonas rurais e, mais concretamente, sobre o sector agrícola

Por outro lado, considera a que avaliação da eficácia das medidas e instrumentos específicos da PAC concluiu que o apoio ao programa LEADER e ao desenvolvimento local de base comunitária (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, medida M19) constituía a medida potencialmente mais eficaz, diversificando a economia das zonas rurais, criando novos mecanismos de governação, preservando o património histórico e cultural e apoiando o empreendedorismo. “Contudo, deve dispor de mais recursos”.

Estas são algumas das conclusões da avaliação (relatório de informação) do impacto dos instrumentos e das medidas da actual PAC para o período de 2014 a 2020 no desenvolvimento territorial das zonas rurais, com especial incidência nos aspectos socioeconómicos, nomeadamente a inclusão social, promovido por aquele Comité, constituído por empresas, sindicalistas e representantes de organizações sociais.

De modo geral, os efeitos positivos do financiamento da PAC no desenvolvimento rural foram reconhecidos em todos os países. Um dos efeitos mais importantes foi o aumento da gama de produtos agrícolas de qualidade a preços acessíveis para todos na UE, o que está em consonância com o seu objectivo principal.

Mas, a coerência com outras políticas da UE, nacionais e locais, foi avaliada como insuficiente em termos de políticas sociais, políticas alimentares, políticas ambientais, investigação e inovação e comércio, embora seja considerada essencial para inovar e apoiar a sustentabilidade e o carácter multifuncional da agricultura. “A PAC deve poder combinar as políticas agrícolas e alimentares com o desenvolvimento territorial. A agricultura e a sustentabilidade ambiental, económica e social são indissociáveis”, frisa o relatório do CESE.

Criação de emprego

Para o CESE, a PAC “deve centrar-se mais na criação de emprego, contribuindo para uma economia rural mais diversificada nas zonas rurais, e apoiar a fixação de pessoas nas zonas rurais, a renovação geracional dos agricultores, que continua a ser um problema significativo, e a instalação de pessoas com novos projectos, nomeadamente no domínio da transformação de alimentos ou do turismo”.

E reforça que a futura PAC e outras políticas com impacto nas zonas rurais devem concentrar-se em aumentar a atractividade das zonas rurais, o que implica “garantir oportunidades de emprego, condições de trabalho dignas e serviços de elevada qualidade em domínios como a educação, a habitação, a cultura, o emprego e o apoio social, bem como medidas de comunicação para uma maior sensibilização”.

O Comité Económico e Social Europeu realça ainda que “o fosso entre as zonas urbanas e rurais não está a ser colmatado. As diferenças entre ambas no que respeita às condições de vida e de trabalho estão a aumentar e as zonas rurais continuam a perder atractividade. Há menos cooperação entre as zonas urbanas e rurais e os sistemas comerciais abordam as necessidades alimentares locais de forma independente dos alimentos disponíveis localmente, votando ao abandono os produtores que trabalham nos arredores das cidades”.

A quele Comité realça ainda que “os cidadãos e os consumidores têm um conhecimento limitado ou impreciso sobre as zonas rurais e, mais concretamente, sobre o sector agrícola”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

Verifique também

Francisco Morales substitui Javier Bernabéu na gerência da Sakata Seed Iberica

Partilhar              Javier Bernabéu, com mais de 40 anos de experiência profissional em melhoramento vegetal, sendo 30 …

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.