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Comissão Europeia financia inovação nacional em ambiente, bioeconomia e cultura com 27,7 M€

A Comissão Europeia atribuiu 27,7 milhões de eurosa 100 entidades portuguesas que se candidataram a concursos do Horizonte Europa destinados a financiar projectos do Cluster 6 do Horizonte Europa: Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente e do Cluster 2 do Horizonte Europa: Cultura, Criatividade e Sociedade Inclusiva.

Três projectos são coordenados por entidades nacionais (IST-ID, Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas e Universidade de Coimbra). Em Portugal, os clusters 2 e 6 são acompanhados pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito da rede PERIN.

Cluster 6 do Horizonte Europa

No Cluster 6 do Horizonte Europa: Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente, no total, foram submetidas 199 propostas, das quais 57 foram aprovadas (taxa de sucesso de 28,6%, em linha com a média europeia), correspondendo a 2,4% do financiamento disponível. Das 84 entidades que participam nos projectos aprovados, 15 participam pela primeira vez em programas-quadro europeus de apoio à inovação. 38% do financiamento nesta área (23,9 M€) foi captado por empresas.

Dois projectos financiados são coordenados por instituições portuguesas: BioValue e Realm. O BioValue – Valor da Biodiversidade na Política e Planeamento Espacial alavancando mudanças multiníveis e transformadoras é liderado pela Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação e Desenvolvimento (IST-ID). Visa proteger e aumentar a biodiversidade através de ferramentas de ordenamento do território, de avaliação de impacto ambiental e ainda instrumentos financeiros e económicos.

Necton

Já o Realm – Reutilizando Efluentes da Agricultura para Desbloquear o Potencial das Microalgas. Liderado pela Necton – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, pretende aproveitar as águas de drenagem ricas em nutrientes de explorações sem solo para a produção de microalgas, tratamento da água e ainda a captação de dióxido de carbono.

A unidade de negócio de microalgas da Necton desenvolve-se com a marca Phytobloom, que “tanto na sua vertente nominativa como figurativa, representa uma explosão de fitoplâncton”, refere a empresa. A gama de produtos Phytobloom é um conjunto de concentrados de microalgas (fitoplâncton), comercializado para maternidades de aquacultura de peixes marinhos e bivalves, aquários e centros de investigação.

Cluster 2 do Horizonte Europa

Quanto ao Cluster 2 do Horizonte Europa: Cultura, Criatividade e Sociedade Inclusiva, o montante atribuído destina-se a nove projectos inovadores para os sectores da Cultura, Educação e Democracia com participação de 16 entidades nacionais. Quatro destas entidades – Coliseu do Porto, Fórum Dança – Associação Cultural, FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica e Medidata.net – Sistemas de Informação para Autarquias – estrearam-se na captação de financiamento no programa-quadro europeu de I&I.

No total, foram submetidas 152 propostas com participação nacional, das quais 16 foram seleccionadas para financiamento, correspondendo a cerca de 2,4 % do financiamento global disponível.

Um dos projectos é coordenado por uma entidade nacional. Trata-se do In Situ – Inovação baseada na localização de indústrias culturais e criativas em áreas não urbanas, que irá estudar as práticas, capacidades e potencial inovador das indústrias culturais e criativas em zonas não urbanas. É coordenado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

“Estes são resultados que vêm consolidar o bom desempenho nacional nos programas-quadro europeus. As empresas portuguesas captaram cerca de 40% do financiamento nacional em Ambiente e Biotecnologia, o que é um resultado expressivo da dinâmica empresarial crescente neste tipo de instrumentos”, afirma Joana Mendonça, presidente da ANI — Agência Nacional de Inovação.

E acrescenta que, no caso da Cultura, Educação e Democracia “verificamos que a taxa de financiamento neste primeiro ano do Horizonte Europa é, para já, o triplo da alcançada no primeiro ano do Horizonte 2020 (anterior programa-quadro). Saudamos ainda as 19 entidades portuguesas que pela primeira vez captam financiamento europeu, evidenciando a excelência científica nacional. Não poderia deixar de salientar que há três Laboratórios Colaborativos (CoLABOR, Associação Oceano Verde e o Sustainable and Smart Aquaculture) na lista das entidades que captam financiamento, o que demonstra que estão ativos na captação de financiamento para os projectos que desenvolvem”.

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