A direcção da CNA – Confederação Nacional da Agricultura alerta que o “Ministério da Agricultura falha outra vez aos agricultores”. “Falta ao pagamento das ajudas no final de Junho e recusa alargar prazo de candidaturas à electricidade verde”.
O Ministério da Agricultura “volta a complicar a vida aos agricultores ao não cumprir com o prometido adiantamento de parte das ajudas da PAC [Política Agrícola Comum] até ao final do mês de Junho”, refere um comunicado da Confederação.
Mas “quem ouvir a Sra. Ministra da Agricultura a falar na comunicação social – e até em iniciativas públicas – pensa que chovem milhões para os agricultores… Mas nem água, nem ajudas. Faltam praticamente todas as medidas anunciadas para apoiar os agricultores”, garante a Confederação
E adianta que “depois de um processo de candidaturas complicado e discriminatório das pequenas e médias explorações que não possuíam registo no IFAP [Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas], os agricultores ficam mais uma vez à espera do prometido adiantamento das ajudas (a que já tinham direito) que iria conferir um reforço temporário de liquidez às suas explorações”.
Para a CNA, esta “falta de cumprimento por parte do Ministério da Agricultura, que já tinha prometido pagar em Maio e depois passou para Junho, é inaceitável num período em que se somam dificuldades sobre dificuldades para os agricultores, aflitos com a seca e com os enormes custos de produção”.
Electricidade verde
“Assim como é inaceitável a recusa do Ministério da Agricultura face ao pedido da CNA para prolongar o período de candidaturas ao apoio aos custos com a electricidade verde. Depois de ter demorado meio ano a operacionalizar a medida – desrespeitando a Assembleia da República – a medida lá foi despachada, mas, mais uma vez, de forma atribulada e a deixar para trás os pequenos e médios agricultores”, salienta o mesmo comunicado.
Com as duas semanas iniciais de candidaturas a decorrerem “com enormes constrangimentos, com critérios de selecção a excluir as pequenas explorações agrícolas familiares e com o sistema a impedir candidaturas no último dia do prazo (30 de Junho), o Ministério da Agricultura recusou prolongar o período de candidaturas”. “Só nos resta concluir que nunca houve grande vontade do Ministério da Agricultura em concretizar esta medida de apoio aos agricultores”, diz a direcção da CNA.
Mas “quem ouvir a Sra. Ministra da Agricultura a falar na comunicação social – e até em iniciativas públicas – pensa que chovem milhões para os agricultores… Mas nem água, nem ajudas. Faltam praticamente todas as medidas anunciadas para apoiar os agricultores”, garante a Confederação.
Segundo a CNA, “as que inicialmente eram para ajudar a mitigar os efeitos da seca não vieram, sendo depois anunciadas para minimizar os impactos da guerra na Ucrânia, mas também ainda não chegaram aos agricultores. Agora há despachos a reconhecer a seca, mas a verdade é que meses depois os agricultores continuam desesperadamente à espera”.
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