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CNA diz que preços da madeira baixos são entrave à Reforma da Floresta

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que os “preços da madeira em baixa continuada na produção entravam qualquer ‘reforma das florestas’ mesmo que melhor orientada. Salienta que os pequenos e médios produtores florestais “não obtêm rendimentos para fazerem a chamada gestão activa da floresta e diz que “mercado e a concorrência só funcionam em favor da grande indústria das fileiras florestais”.

A direcção daquela organização diz ainda que apesar das suas propostas, os Ministérios da Agricultura e da Economia “não convocam a PARF [Plataforma de Acompanhamento das Relações das Fileiras Florestais] para também aí se discutir este assunto”.

Em comunicado assinado pela direcção, a CNA refere que se mantém “em forte baixa, anos e anos a fio, o preço da madeira na produção – na mata ou à entrada da fábrica – vector económico que tem um efeito de facto estruturante na floresta nacional e, em especial até, nas fileiras do eucalipto e do pinheiro e, por consequência, também nos incêndios florestais”.

A madeira, (ao alto) na mata, está contada entre 15 e 25 euros a tonelada (eucalipto e pinho) e à entrada da fábrica entre 35 e 45 euros a tonelada, neste último caso para a madeira (eucalipto) dita “certificada” ou com os rolos já descascados.

“Entretanto, nos últimos anos, a grande indústria (celuloses) da pasta de papel e do papel tiveram enormes lucros mas mantiveram em baixa os preços da madeira na produção, aliás preços comparativamente mais baixos até do que há 30 anos atrás. Afinal, o tal ‘mercado’ e a ‘concorrência’ só funcionam em favor da grande indústria das fileiras florestais”, queixa-se a CNA.

Pequenos produtores com baixo rendimento

Nestas condições, com preços na produção de madeira tão “continuadamente baixos e impostos pela grande indústria das fileiras, os pequenos e médios produtores florestais não obtêm rendimentos para fazerem a chamada ‘gestão activa’ da floresta e passam de vítimas deste sistema para alegados ‘responsáveis’, por exemplo, pelos incêndios florestais”, alerta a Confederação.

Assim, aquela organização de agricultores considera que, enquanto não aumentarem os preços da madeira na produção, “não há ‘reforma das florestas’ que vingue se com ela se pretender, efectivamente, garantir os direitos e interesses – incluindo o direito de propriedade – dos pequenos e médios produtores florestais e da floresta multi.funcional (não-monocultural e não-intensiva)”.

PARF deve discutir o aumento dos preços

Para a CNA, a PARF deve discutir o aumento dos preços, mas afirma que os Ministérios da Agricultura e da Economia “fogem a convocá-la para isso”.

A Plataforma de Acompanhamento das Relações das Fileiras Florestais, é um organismo de concertação, da tutela conjunta daqueles Ministérios, onde se reúnem organizações das fileiras florestais nacionais com representantes de ambos os Ministérios.

Diz a CNA que tem apelado para que a PARF discuta o aumento dos baixos preços, mas que “o facto é que os ministros da Agricultura e da Economia ainda não se mostraram disponíveis” para a convocar com esse objectivo, “o que já demonstra falta de vontade (ou de coragem) política para também na PARF se fazer uma discussão séria sobre este problema”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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