A direcção da CNA — Confederação Nacional da Agricultura diz que “é urgente fazer obra” e que os “sucessivos governos adiaram investimento na água do Algarve e Alentejo, comprometendo a economia regional e a qualidade de vida das populações”.
“A crise que assola o Algarve (e o Alentejo), com a falta de água, materializa a ausência de obra e de política estratégica que priorize as populações (seja para produção de alimentos, seja para abastecimento doméstico) e é especialmente grave numa região onde há décadas se previa esta situação”, diz a CNA em comunicado de imprensa.
E adianta que a “crise em que está o Sul do País tem responsáveis: as opções políticas dos sucessivos governos. Um dos exemplos é o fracasso na execução do Plano Nacional de Regadios por este Governo, com recorrentes cortes orçamentais em nome do défice, situação que a CNA recentemente denunciou”.
Igualmente “inaceitável”, diz a CNA, é a forma como “o Governo anuncia agora os cortes no abastecimento, recorrendo a artimanhas já habituais e de laivos eleitoralistas em que traça um cenário inicial catastrofista (anunciando cortes de 70%) para depois vir a aplicar uma restrição de 25% como se fossem boas notícias. Mas não são. São fortemente prejudiciais ao sector agrícola, que vai sofrer o maior corte no abastecimento”.
Sentença de morte de muitas explorações agrícolas
A CNA considera que as restrições “têm de ser transversais a todas as actividades económicas da região e equitativas, valorizando o que é essencial à vida das populações que aí vivem e trabalham”.
“Este corte no abastecimento, se não for devidamente acompanhado de medidas compensatórias, determina a sentença de morte de muitas explorações agrícolas, numa região onde dominam as culturas permanentes, organizadas em explorações de pequena e média dimensão, com peso significativo na economia da região e nacional e com impacto no abastecimento alimentar interno”.
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