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Chega defende construção de matadouro no Algarve e aposta nas raças autóctones em sistema extensivo

O Grupo Parlamentar do Chega (CH) recomenda ao Governo a recuperar um projecto que data já de 2011, a construção do matadouro público regional do Algarve, solução imediata de abate para as características de produção animal da região, no sentido de ultrapassar os constrangimentos causados aos produtores, com consequências para os consumidores e para a economia da região.

Por outro lado, aqueles deputados realçam que “um matadouro na região poderia ainda impulsionar o conhecimento e o consumo das raças locais, com melhoria da valorização dos produtos com Indicação Geográfica Protegida (IGP), devidamente certificados, e o reforço das cadeias curtas e redução da pegada de carbono”.

E acrescentam que a aposta no desenvolvimento das raças autóctones em sistema extensivo (vaca, cabra e ovelha churra algarvias) consta mesmo na Estratégia de Desenvolvimento Regional – Algarve 2030, aprovada na reunião do Conselho Regional do Algarve de 11 de Setembro de 2020, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve).

No seu Projecto de Resolução n.º 176/XVI/1ª, entregue na Assembleia da República, os deputados do Chega alertam ainda que “a ausência do matadouro regional obriga os produtores do Algarve a deslocarem-se a matadouros do Alentejo ou de Lisboa e Vale do Tejo, para procederem ao abate dos seus animais, provocando um aumento adicional de encargos e reduzindo a rentabilidade de muitas explorações”.

“Para se levar um animal ao matadouro de Beja percorre-se 150 km e no regresso outros tantos. Depois vai um carro frigorífico buscar a carcaça, após o abate, regressando ao Algarve. No total fazem-se 600 km em transportes, o que não compensa”, frisa o documento. “A alternativa, para muitos daqueles produtores que não têm capacidade para suportar os custos com o transporte, é a venda a comerciantes que adquirem animais localmente e depois os vendem ou abatem de forma indiferenciada”.

Sem matadouro desde 2007

Desde 2007 que os produtores pecuários do Algarve estão sem uma infra-estrutura para abate e desmancha para servir a região. O matadouro regional do Algarve (MAGARB), em Vale da Venda, inaugurado em 22 de Maio 1992 pelo então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva foi fechado em Julho de 2007, na sequência de uma fiscalização da ASAE — Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, resultado de um diagnóstico de falta de higiene, linhas de abate oxidadas, falta de climatização na sala de desmancha e abastecimento de água às instalações sem registos de qualidade, acrescenta aquele Projecto de Resolução.

“Mas o abate de animais em pequena dimensão é um problema para a sustentabilidade dos negócios que assentam em mercados locais e regionais. Portanto, a falta de um matadouro e de mercados de gado na região tem sido trágica para este sector, cujas únicas alternativas para vender o gado não compensam financeiramente”, adianta.

E realça ser este “um condicionalismo enorme, faz aumentar o custo de produção e é isso que está a inibir os produtores mais jovens de se instalarem na pecuária, conforme referiu em 2021 o então Director Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e actual vice-presidente da CCDR do Algarve, Pedro Valadas Monteiro. A falta de infra-estruturas da região está a ser nociva para o comércio da ovelha algarvia, que corre o risco de desaparecer, pois, o número de explorações deste tipo de gado está a diminuir cada vez mais”.

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