O Grupo Parlamentar do Chega (CH) recomenda ao Governo a “utilização de substâncias retardantes no combate aos incêndios florestais, por meios terrestres e aéreos”, realçando que “nos últimos 40 anos, em Portugal, ardeu o equivalente a metade da área nacional continental” e que só “no ano de 2022 os incêndios rurais consumiram 110.007 hectares de território nacional, um valor que é também três vezes maior do que o verificado no ano de 2021”.
Acrescentam os deputados do Chega que o 8º Relatório Provisório de Incêndios Rurais de 2022 identificou como causas mais frequentes de incêndios as seguintes: incendiarismo – 28%; queimadas extensivas de sobrantes florestais ou agrícolas – 19%; queimadas extensivas para gestão de pasto – 12%.
Para aqueles deputados, “apesar dos hercúleos esforços dos bombeiros e outros operacionais, com meios humanos, aéreos e terrestres, para controlarem os incêndios, muitas vezes não tem sido possível controlar de forma eficaz a quantidade de área ardida”.
Substâncias retardantes
“Inúmeros especialistas defendem a utilização de substâncias retardantes no combate aos incêndios florestais, por meios terrestres e aéreos, especialmente para evitar progressões, projecções e reacendimentos, fenómenos que, por vezes, estão na origem de outros focos e frentes de incêndios ainda maiores daqueles que estiveram na sua origem. Além do mais, as várias substâncias retardantes autorizadas disponíveis, reduzem comprovadamente a velocidade de progressão do fogo, a altura das chamas, bem como aumentam a preservação da biomassa com bons índices de eficiência”, refere ainda o Grupo Parlamentar do CH, no seu Projecto de Resolução 825/XV/1, entregue na Assembleia da República.
E explica que “em 2015, foi feito a título experimental a utilização de um produto retardante através de meios aéreos que deu origem a um relatório da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) sobre os resultados decorrentes da utilização do produto. Nesse documento técnico, a ANPC afirma que esta utilização trará maior eficiência no controlo de incêndios, nomeadamente de bens de risco como infra-estruturas, facilitando assim a estratégia de defesa desses pontos sensíveis”.
Segundo o Grupo Parlamentar do Chega, “os retardantes actualmente disponíveis no mercado, para além de terem demonstrado a sua elevada eficácia demonstram uma evolução biotecnológica e ecoquímica. Nomeadamente são atóxicos para humanos, animais, fauna e flora, são não irritantes, não corrosivos e biodegradáveis, tornando-os seguros em todas estas vertentes. Podendo, com segurança, serem utilizados tanto no combate directo como no combate indirecto de incêndios”.
E adianta ser “patente a utilização de substâncias retardantes em combate directo e indirecto, por vários meios aéreos e terrestes empenhados, dos incêndios recentes em países como França, Grécia, Estados Unidos da América e Canadá”.
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