Portugal deverá contar com 25 a 30 parques florestais muito em breve, havendo apoios de 4 euros por tonelada aos produtores que lá entreguem a sua madeira, garante Capoulas Santos.
O Governo apresentou hoje, 8 de Janeiro, as medidas de Apoio à Criação de Parques de Armazenamento de Madeira, medidas essas que resultam de um processo negocial em que o Executivo envolveu os municípios, a produção, a indústria e os prestadores de serviços florestais.
As medidas de apoio hoje anunciadas têm como objectivo prioritário o abate e armazenamento da madeira cujas dimensões permitem utilizações mais nobres, uma vez que a sua manutenção no terreno origina a deterioração das suas características físicas e mecânicas.
“O Governo irá apoiar a criação de dois tipos de parques de madeira, um, que é a nossa principal preocupação neste momento, dedicado à madeira de serração. E para isso o Governo irá conceder um apoio financeiro de 4 euros por tonelada aos produtores que entreguem a sua madeira nos parques e um apoio de outros 3 euros por tonelada para os parqueadores, desde que quer no pagamento ao produtor quer na entrega no parque sejam respeitados preços mínimos de 25 euros e 46 euros, respectivamente”, explicou o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, em conferência de imprensa.
Retirar madeira de pinho
“Ou seja, trata-se de garantir essencialmente a retirada da madeira de pinho com elevado valor o mais rapidamente possível dos terrenos ardidos durante os incêndios de 2017, madeira essa que terá como destino, essencialmente, a serração”, acrescenta uma nota do Ministério da Agricultura.
Ainda na conferência de imprensa, Capoulas Santos acrescentou que também para a madeira que se destina à trituração, que tem menos valor comercial e que não constituiu uma prioridade tão imediata de armazenar”, irão ser apoiadas a criação de parques, com um “apoio que será de 1,5 euros por tonelada até um limite de 250 mil euros por parque”.
Outra preocupação do Governo prende-se com “o funcionamento do mercado, importando atenuar o impacto do efeito dos incêndios junto dos produtores florestais, garantindo um preço mínimo de aquisição e promovendo o aumento da capacidade instalada de parqueamento de madeira, contribuindo dessa forma para sustentabilidade do abastecimento das indústrias consumidoras”, acrescenta o mesmo comunicado.
30 parques de madeira
“Dos contactos que têm vindo a ser estabelecidos, concluímos que o interesse manifestado pelos representantes desta fileira, como autarquias, organizações de produtores, associações, podemos aspirar a criar, no muito curto prazo de tempo, entre 25 a 30 parques de madeira, no caso da serração, e pelo menos seis no que diz respeito à madeira de trituração”, realçou o ministro da Agricultura.
Estas medidas de apoio cumprem igualmente os planos de controlo do nemátodo da madeira do pinheiro, já que existe a necessidade de contribuir para promover o abate das coníferas hospedeiras, com sintomas de declínio, onde se incluem as árvores ardidas.
Parques de madeira de serração
Parques de madeira de serração
Agricultura e Mar Actual