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CAP: promover eliminação do consumo de carne, no pastoreio extensivo, é “contribuir para graves desequilíbrios ambientais”

A direcção da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal considera que “há modelos de produção animal, como o de pasto extensivo, enormemente praticado em Portugal, que são um paradigma de sustentabilidade, pelo que promover activamente a eliminação do consumo de carne é, em algumas situações, contribuir para graves desequilíbrios ambientais, uma vez que estes animais, destinados ao consumo, desempenham um papel incontornável no equilíbrio e preservação de importantes ecossistemas”.

“O tema da redução das emissões carbónicas, que é sem dúvida da maior importância, não pode ser confundido com o tema, mais global, da sustentabilidade – para o qual a agricultura e actividade pecuária prestam um contributo fundamental”, refere a CAP em comunicado de imprensa, após a polémica que assolou esta semana a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 depois de uma notícia do Expresso garantir que a organização sugere aos peregrinos serem vegetarianos para compensar viagem de avião”.

Comunicado esse em que a Confederação ” insta entidades responsáveis pela recolha e reciclagem de embalagens e outros resíduos que desenvolveram “calculadora de medição de pegada carbónica” para a JMJ a limitarem-se a fazer bem o trabalho que lhes compete no combate à poluição e à redução de emissões, ao invés de efectuarem recomendações alimentares absurdas, sem fundamentação científica e alheias à sua área de actividade”.

A CAP acrescenta considerar “muito relevante que se aproveite este evento de expressão mundial, ao qual nos associámos desde o primeiro momento, para sensibilizar para a importância da adopção de comportamentos e atitudes sustentáveis, na linha do pensamento do Papa Francisco, espelhado, designadamente, na encíclica “Laudato Sí”, mas não pode aceitar em silêncio uma recomendação – que é contrária aos interesses dos jovens e da população em geral, da saúde pública, do sector produtivo, e que é a antítese do próprio conceito de sustentabilidade – faça caminho e seja normalizada”.

A CAP, como a transversalidade dos sectores da sociedade nacional, “congratula-se, desde a primeira hora, com a vinda do Papa a Portugal e com a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, quer pelo seu significado simbólico e de celebração de fé, quer pelo impacto e dinamismo potenciais que evento de tal dimensão tem oportunidade de lançar na nossa economia e sociedade”.

CAP acolhe peregrinos no CNEMA

Por estas razões, a CAP disponibilizou o Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em Santarém, para o acolhimento de milhares de peregrinos e voluntários da JMJ.

A todos eles, e aos demais que estão, por estes dias a chegar a Portugal, “a CAP dá as boas-vindas, esperando que encontrem, nesta participação, um espaço de festa e de diálogo religiosos e uma experiência plena – consciente e comprometida com os valores que a JMJ proclama, e aberta a todas as boas experiências que fazem de cada viagem um acontecimento. Incluindo provar a rica e saudável gastronomia portuguesa, feita de tantos produtos made in Portugal, de reconhecida excelência a nível internacional, e produzidos localmente. A isto também se chama sustentabilidade”, realça o mesmo comunicado.

“Na expectativa da correcção deste erro, foquemo-nos agora, pois, no essencial, e acolhamos o Papa e todos os peregrinos de braços abertos”, frisa a CAP.

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