O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, exige a “tomada de medidas urgentes e imediatas pela administração central que acabem com as descargas ilegais na Vala de Brejos de Canes e no Estuário do Sado, na zona da Mourisca”. O Rio Sado tem uma actividade de piscicultura e de produção de ostras que pode ser colocada em causa.
“Isto é um crime ambiental que está identificado. Sabe-se quem faz as descargas, mas as entidades competentes ainda não tomaram as medidas que há muito deveriam ter tomado para acabar com a situação”, afirmou esta manhã André Martins numa acção de protesto promovida pela Junta de Freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra junto do local onde desagua a Vala de Brejos de Canes, na zona da Mourisca.
A Câmara tomou conhecimento da situação no final de Maio e “desde logo iniciou uma vasta troca de correspondência” com a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, entidade da APA – Agência Portuguesa do Ambiente que tem a responsabilidade de intervir no domínio dos recursos hídricos.
Centro Empresarial Sado Internacional, o culpado
De acordo com o autarca, a APA “identificou o condomínio do Centro Empresarial Sado Internacional como responsável pelas descargas daquilo que as análises revelaram ser produtos químicos” resultantes da actividade das empresas que ali laboram.
Estes produtos, que “poluem a linha de água e emanam cheiros nauseabundos”, são despejados na Vala de Brejos de Canes, que desagua na Mourisca, e acabam por entrar no Sado, “afectando quer o conforto e saúde das populações que aqui residem, quer o estuário, que é uma zona ambientalmente protegida”.
André Martins lamenta que a situação se arraste desde o final de Maio “sem que as entidades competentes tenham tomado as necessárias e urgentes medidas” para pôr fim ao problema.
Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, Luís Custódio, lamenta “a grande passividade da APA” neste processo e exigiu que a entidade tome uma posição imediata para que os moradores da zona da Mourisca retomem a normalidade.
“A população está a sofrer. É muito difícil viver aqui. Além disso, o Rio Sado tem uma actividade de piscicultura e de produção de ostras que pode ser colocada em causa por negligência e falta de respeito por parte do centro empresarial”, frisa Luís Custódio.
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