A Câmara Municipal de Montalegre procedeu à plantação de cinco mil bolotas numa área de terreno da Quinta da Veiga.
O objectivo, revela uma nota de imprensa da autarquia presidida pelo socialista Orlando Alves, é que no futuro “as plantas de carvalho-português, uma espécie autóctone, possam ser cedidas gratuitamente”.
Trata-se de uma “acção pela defesa e promoção da floresta autóctone e do seu valor na mitigação das alterações climáticas, resiliência contra incêndios, regulação, melhoria do clima e conservação da biodiversidade”, acrescenta a mesma nota.
Carvalho-português
O carvalho-português, também conhecido por carvalho-cerquinho, é uma árvore que pode alcançar um grande porte, atingindo até 25 m altura, explica a Associação Plantar uma Árvore.
É uma espécie marcescente, que perde grande parte das suas folhas no Outono e Inverno, embora os indivíduos ou rebentos jovens conservem frequentemente folhas verdes durante este período.
Na Primavera reconstitui a sua folhagem e floresce (Abril-Maio). Os frutos são bolotas, como em todas as espécies de carvalhos, que amadurecem e caem no Outono (Setembro-Outubro).
Distribuição
Ocorre na região mediterrânica ocidental, estando presente na maior parte da Península Ibérica, excepto no Noroeste.
Existem três sub-espécies de carvalho-português em Portugal continental, nomeadamente o Quercus faginea broteroi (que ocorre predominantemente no litoral Oeste Centro e Sul do País), o Q. f. faginea (Norte e Centro interior) e o Q. f. alpestris (Barrocal Algarvio).
O carvalho-português dá-se em todo o tipo de solos e as diferentes subespécies ocorrem quer em climas suaves e húmidos de influência oceânica, como em climas continentais com fortes contrastes de temperatura e humidade. Pode ser encontrado desde o nível do mar até 1900 m de altitude, acrescenta a Associação Plantar uma Árvore.
Utilizações
As bolotas do carvalho-português são um bom alimento para o gado e fornecem alimento para um grande número de animais durante o Outono e Inverno.
A sua madeira é boa para a construção, e também para lenha e carvão. Os bugalhos (provocados pela picada de um insecto do género Cynips) são usados para extracção de taninos, outrora bastante apreciados na indústria de curtumes, ou utilizados em infusão com fins medicinais como cicatrizante ou anti-séptico.
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