“As margens Operation Pollinator ajudam-nos a criar uma ligação entre as entrelinhas do olival e todos os espaços naturais que existem nas nossas herdades e à sua volta. São atractivas para insectos auxiliares, ajudando na polinização e no combate a pragas e doenças, além disso protegem o solo e aumentam a infiltração de água”, garante Isabel Ribeiro, responsável de operações e sustentabilidade na Nutrifarms.
A Nutrifarms, um dos maiores produtores mundiais de azeite, dedica mais de 900 hectares nas suas herdades à conservação da natureza e é, desde 2019, um dos parceiros do Operation Pollinator, o programa da Syngenta para estímulo da biodiversidade na agricultura.
A empresa do grupo Nutrinveste, conta com mais de 10 anos de experiência na instalação e gestão de olivais e na produção de azeites de alta qualidade. Actualmente gere 44 herdades e 2 lagares, no Alentejo e em Marrocos, num total de 8.500 hectares onde é feita uma gestão cuidada do território.
“As nossas áreas produtivas, ocupadas principalmente com olival (mais de 7.000 hectares), são intercaladas com espaços naturais, alguns com alto valor ecológico. Por exemplo, as margens herbadas ocupam 30% da nossa superfície plantada”, explica Isabel Ribeiro.
Margens multifuncionais
Em 2019 a empresa aceitou o desafio da Syngenta para instalar margens multifuncionais com a mistura de sementes Operation Pollinator. Uma dessas margens está situada na Herdade do Marmelo, em Ferreira do Alentejo, onde se encontra o icónico lagar projectado pelo arquitecto Ricardo Bak Gordon.
A biodiversidade do local é monitorizada por investigadores do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (cE3C/FCUL), que fazem o diagnóstico das espécies de insectos presentes antes e depois da instalação das margens multifuncionais. “Constatámos que a biodiversidade aumentou significativamente após a instalação da margem, acompanhando a diversidade florística instalada houve um aumento significativo de insectos polinizadores, tais como escaravelhos, abelhas e moscas”, descreve Carla Rego, investigadora do cE3C/FCUL.
Na opinião desta entomóloga é fundamental promover “quebras” nas áreas agrícolas de média ou grande extensão, e sobretudo nas monoculturas, através do estímulo de habitats biodiversos: “as bandas floridas são uma excelente forma de promover a biodiversidade porque prestam serviços de ecossistemas, nomeadamente a polinização, atraem outros organismos como as aves que se alimentam de insectos, alguns dos quais são pragas das culturas agrícolas e também contribuem para a reciclagem de nutrientes”.
Agricultura e Mar Actual