A decisão para a renovação da licença para a utilização do glifosato na agricultura da União Europeia, agendada para hoje, 9 de Novembro, foi novamente adiada. A licença só é válida até 31 de Dezembro de 2017. Os Estados-membros não se entendem.
Perante esta situação e a aproximação do final da licença para o glifosato na UE, deverá ser anunciada a criação de um comité de recurso do SCOPAFF para breve, para que seja tomada uma decisão.
Reunidos no Comité Permanente dos Vegetais, Animais e Alimentos para Consumo Humano e Animal, os representantes dos Estados-membros não alcançaram a maioria qualificada exigida. A renovação tem em vista a permissão da utilização do glifosato no espaço comunitário cuja licença em vigor termina já no final deste ano. Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que este comité anuncia a indecisão, tendo a primeira vez acontecido no passado dia 25 de Outubro.
Para o director-executivo da Anipla – Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas, António Lopes Dias, “estamos desapontados com a permanência da indecisão na União Europeia. Se e União Europeia tivesse sido fiel à evidência científica apresentada pelas suas agências já deveria ter sido validada a renovação da licença por 15 anos, e não estaríamos neste debate em que se discute o futuro de uma ferramenta essencial à agricultura”.
Portugal não se deve abster diz Anipla
Segundo aquele responsável, a abstenção não pode ser sempre solução, “apesar de compreender a abstenção de alguns países, pela impossibilidade de consenso na sua política interna, Portugal não deveria estar nesta posição. A interferência de interesses políticos numa decisão que devia ser científica, aumenta a confusão nos consumidores europeus, que esperam decisões firmes dos seus governantes.”
António Lopes Dias refere ainda a “posição frágil das agências europeias, cujo parecer não é considerado”. “Eu não queria estar na posição de Bernhard Url, executive director da EFSA, cujo parecer da agência oficial que gere foi novamente ignorado, apesar da evidência científica que apresentou. Algo de errado se está a passar”, diz o director executivo da Anipla.
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