A Direcção da EBA — European Beekeeping Association (Associação Europeia de Apicultura) decidiu que todas as actividades de curto prazo da organização deverão contribuir para chamar a atenção para o problema da presença de mel fraudulento no mercado europeu, garantindo que “46% do mel presente no mercado europeu é fraudulento”.
A prioridade da EBA será “dialogar com todos os decisores políticos com responsabilidades nesta área”, acreditando que “as instituições europeias compreendem o problema e agirão no sentido de proteger os apicultores e os consumidores europeus, uma vez que os dados recentemente revelados pela Comissão Europeia constituem um aviso e um alarme suficientemente claros: 46% do mel presente no mercado europeu é fraudulento”
“O principal objectivo de curto prazo da associação será travar as falsificações”, refere um comunicado de imprensa a EBA, adiantando que a Directiva Mel da União Europeia foi recentemente revista, passando a introduzir regras harmonizadas em todos os Estados-membros para a rotulagem do mel. A origem do mel passará a ser comunicada de forma transparente, revelando todos os países onde foi produzido o mel que resulta da mistura de vários lotes. Passará a ser também obrigatório identificar os países de origem, por ordem da sua importância na mistura final.
“Tratam-se de excelentes notícias para os apicultores europeus, que há muito vinham denunciando a intolerável falta de transparência na rotulagem do mel. Portugal (juntamente com a Espanha e a França) já tinham imposto esta obrigatoriedade”, realça o mesmo comunicado.
Além disso, a Directiva (UE) 2024/1438 determina a criação de um Laboratório Europeu de Referência (contra a fraude no mel) e que métodos laboratoriais serão usados para certificar a autenticidade do mel presente no mercado. Este diploma legal determina também que os Estados-membros estabeleçam um sistema de rastreabilidade nos importadores de mel, há semelhança do existente para os produtores.
No entanto, a EBA considera que o prazo previsto para a plena implementação destas medidas – 2028 ou 2029 – não se compadece com a natureza urgente da questão. Assim, a prioridade da EBA será “dialogar com todos os decisores políticos com responsabilidades nesta área”, acreditando que “as instituições europeias compreendem o problema e agirão no sentido de proteger os apicultores e os consumidores europeus, uma vez que os dados recentemente revelados pela Comissão Europeia constituem um aviso e um alarme suficientemente claros: 46% do mel presente no mercado europeu é fraudulento”.
A EBA “acompanhará, cooperará e apoiará o trabalho de todas as organizações de apicultores da Europa, juntando esforços em torno do mesmo objectivo – acabar com a fraude no mercado de mel. Caso não se avance nesta matéria no curto prazo, a EBA decidirá sobre eventuais formas de protesto”.
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