Artigo de opinião de Rosa Moreira, Eng.ª Agrónoma, promotora do site A Cientista Agrícola
A couve é uma hortícola versátil e nutritiva que faz parte da dieta de muitas pessoas em todo o Mundo. No entanto, a sua produção pode ser afectada por uma série de pragas que podem causar danos significativos às plantas e diminuir a colheita. Neste artigo, conheça algumas pragas mais comuns que afectam a couve, sinais de infestação, medidas preventivas e métodos de controlo.
A couve é uma hortícola de folhas verdes amplamente cultivada em todo o mundo devido à sua versatilidade culinária e alto valor nutricional. Esta cultura rústica pertence à família Brassicaceae e engloba diversas variedades, como couve-manteiga, couve-galega, couve-flor, couve-de-bruxelas e muitas outras. A cultura da couve pode ser uma adição valiosa a qualquer jardim ou horta, desde que sejam seguidos os cuidados adequados.
Para um cultivo de sucesso da couve, comece por escolher um local com exposição solar directa de pelo menos 6 horas por dia e um solo bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. Adicionar composto orgânico enriquece o solo e melhora a retenção de água, garantindo um ambiente propício para o crescimento saudável das plantas.
O cultivo deve no final do Verão/inícios do Outono, dependendo da variedade e região. Coloque as plântulas ou sementes em canteiros ou linhas, respeitando o espaçamento adequado para permitir o desenvolvimento das plantas.
Mantenha o solo uniformemente húmido, evitando o encharcamento, e prefira a rega matinal para que as folhas sequem antes da noite, reduzindo o risco de doenças. Fertilize as couves com adubo rico em azoto para estimular o crescimento foliar saudável, fazendo adubações adicionais conforme necessário.
Para manter a couve saudável, realize a poda regular das folhas mais velhas e danificadas, além de desbastes para dar espaço suficiente para o desenvolvimento das cabeças.
Fique atento às pragas comuns na couve, como pulgões, lagartas e tripes, que podem ser controladas com métodos orgânicos como sabão insecticida ou predadores naturais. Mantenha a horta limpa para reduzir o risco de doenças fúngicas, como o míldio.
A colheita da couve varia conforme a variedade, mas geralmente as folhas externas podem ser colhidas à medida que crescem, enquanto cabeças específicas, como as de couve-de-bruxelas ou couve-flor, devem ser colhidas quando atingirem o tamanho desejado.
Pratique a rotação de culturas para evitar a acumulação de pragas e doenças no solo e, após a colheita, a couve pode ser armazenada em local fresco e húmido por algumas semanas. Se desejar armazenamento prolongado, considere congelar ou fazer conservas.
6 pragas comuns na couve
1. Pulgões (Afídeos)
Os pulgões são pequenos insectos sugadores de seiva que podem-se acumular nas folhas da couve. Eles alimentam-se perfurando a planta e sugando os nutrientes, o que pode enfraquecer a couve e causar folhas amareladas e enrugadas. Além disso, os pulgões produzem uma substância pegajosa conhecida como melada, que pode atrair formigas e facilitar o crescimento de fungos.
Prevenção e Controlo:
- Introduza plantas repelentes de insectos, como a tagetes, nas proximidades das couves.
- Use um jacto de água forte para remover os pulgões das folhas.
- Utilize sabão inseticida ou óleo de neem para controlar infestações mais graves.
- Atraia predadores naturais, como joaninhas e crisopídeos, que se alimentam de pulgões.
2. Lagartas
As lagartas são outro exemplo de praga comum as couves. Elas alimentam-se das folhas, deixando buracos irregulares e causando danos significativos. As lagartas da couve, como a lagarta de repolho e a lagarta das folhas, são as mais comuns.
Prevenção e Controlo:
- Inspeccione regularmente as plantas e remova manualmente as lagartas.
- Use redes ou tecidos de protecção para impedir que as lagartas alcancem as plantas.
- Aplique insecticidas orgânicos, como Bacillus thuringiensis (BT), seguros para o meio ambiente e para outros insectos benéficos.
3. Caracóis e Lesmas
Caracóis e lesmas são moluscos que podem causar sérios danos às couves, deixando buracos irregulares nas folhas. Eles são particularmente activos durante as noites e dias chuvosos.
Prevenção e Controlo:
- Crie barreiras físicas ao redor das plantas usando cascas de ovos trituradas, serrim ou cinzas.
- Coloque armadilhas para caracóis e lesmas, como pratos com cerveja, para atraí-los e afogá-los.
- Faça a colheita manual desses moluscos durante a noite e pela manhã.
Fonte: https://www.assimquefaz.com/8-maneiras-naturais-de-afastar-lesmas-e-caracois-do-seu-jardim/
4. Besouros (Escaravelhos)
Besouros, como o besouro das crucíferas, são uma ameaça comum às couves. Eles alimentam-se das folhas, criando buracos irregulares e, às vezes, deixando excrementos visíveis.
Prevenção e Controlo:
- Use tecido de protecção para cobrir as plantas e evitar que os besouros depositem ovos.
- Aplique óleo de neem ou insecticidas naturais para controlar infestações.
- Rotação de culturas pode ajudar a evitar a acumulação de besouros no solo.
Fonte da imagem: https://almofadas.wordpress.com/2012/04/29/o-escaravelho-preto-e-a-couve-coracao/
5. Mosca da Couve
A mosca da couve é uma praga que deposita os seus ovos nas folhas, que depois se transformam em larvas que se alimentam das folhas da couve, criando galerias e causando danos graves.
Prevenção e Controlo:
- Utilize redes de protecção para impedir que as moscas depositem ovos nas plantas.
- Rotação de culturas e limpeza adequada do jardim podem ajudar a reduzir a presença da mosca da couve.
Fonte: https://revistajardins.pt/mosca-branca-das-couves/
6. Tripes
Os tripes são pequenos insectos que se alimentam perfurando as folhas e sugando os “sucos”. Eles podem causar perda de cor e distorção das folhas da couve.
Prevenção e Controle:
- Atraia predadores naturais, como ácaros predadores e crisopídeos, que se alimentam de tripes.
- Use armadilhas adesivas amarelas para monitorizar a presença de tripes.
- Aplique óleo de neem ou sabão inseticida para controlar infestações.
Já conhecia estas pragas mais comuns na couve? se sim, quais as mais frequentes?
Agricultura e Mar