A área de produção de plantas aromáticas, medicinais e condimentares aumentou 12,4% entre 2012 e 2021. Neste período o número de explorações dedicadas a esta actividade aumentou 6,4%, tendo a área por exploração crescido 2%. Ao todo, este nicho de mercado conta com 599 explorações, das quais 350 em modo de produção biológica.
Estas são algumas das conclusões do “Estudo do sector das plantas aromáticas, medicinais e condimentares em Portugal”, realizado por Ana Maria Barata e Violeta Rolim Lopes, do Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV), do INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
O estudo, realizado para o Centro de Competências de Plantas Aromáticas, Medicinais e Condimentares (CCPAM), contou com a colaboração de Maria Socorro Rosário do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), e com o apoio da Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura (ADCMoura).
As principais espécies identificadas no estudo foram Lúcia-lima, Tomilho-limão, Hortelã-pimenta, Alecrim, Erva Príncipe, Hortelã, Salsa, Coentros. As principais espécies em produção na cadeia das plantas aromáticas, medicinais (PAM) mantém-se estável nos últimos anos. Outra característica que se verifica e se mantém é a diversidade de espécies em produção. A biodiversidade de espécies é menor em produção sob coberto.
Mas, as autoras do estudo realçam: “as espécies identificadas não são autóctones, isto é, não há valorização das PAM da flora portuguesa”.
Adianta o estudo de Ana Maria Barata e Violeta Rolim Lopes que os colectores de PAM estão presentes no sector, indicando a continuação da prática que também é possível verificar in loco em diversos eventos como feiras e zonas de menor densidade populacional.
“É um recurso extra das populações, mais em pequenos meios rurais. Embora mantendo-se, os produtores com recolectores, o inquérito de 2021 informa que não é num quadro de uma relação permanente. Há inquiridos que são eles próprios recolectores nas suas áreas permanentes silvícolas”, dizem as autoras.
Por outro lado, os motivos de interesse mais importantes na opção pela actividade de produtor de PAM são: mudar a actividade profissional aliada a uma mudança no paradigma da vida onde o interesse pelo lucro existe, facilitado pela herança de terras e por isso exercem-na por conta própria. O arrendamento de terras ocorre, mas não se pode considerar comum esta forma de aumentar a área produtiva.
E acrescenta o estudo que a tendência geral do sector primário das PAM é a constituição de sociedades agrícolas, mas o empresário em nome individual mantém-se preponderante.
Principais espécies
Realçam ainda as autoras do estudo que “aparentemente, a produção de PAM é sustentável do ponto de vista do factor semente/propágulo verde, fazem o seu auto-abastecimento ou então o mercado onde compram é o nacional”.
As sementes que mais adquirem é das espécies: manjericão, erva-cidreira, salsa, coentro, camomila, calêndula, cebolinho. As espécies adquiridas em plântula são Lúcia-lima, Tomilho-limão, Hortelã-pimenta, alecrim, alfazema, stevia. As espécies produzidas pelo próprio em propagação vegetativa são as mesmas que procura no mercado nacional e também tomilho-vulgar, tomilho Bela-luz.
As PAM colhidas enquanto produto silvestre das florestas são a esteva, rosmaninho menor, cardos, poejo, alecrim, orégãos, cavalinha, funcho, fel da terra, carqueja e urze.
Pode ler o “Estudo do sector das plantas aromáticas, medicinais e condimentares em Portugal” completo aqui.
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