Uma “grande oportunidade” para o Alto Alentejo, com a mesma importância para a região que o projecto de Alqueva teve para os distritos de Évora e Beja. Assim considera o primeiro-ministro, António Costa a construção da Barragem do Pisão, que deu este sábado, 13 de Janeiro, um novo passo, com a cerimónia de assinatura do novo contrato de financiamento do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato. As obras de construção ficarão concluídas até ao final de 2026.
“Há quem perante os desafios desista, há quem perante os problema diga que ‘o melhor é pôr-me ao lado’ e depois há quem gosta de resolver problemas e de enfrentar desafios”, acrescentou António Costa, sublinhando que esta nova infra-estrutura é uma “grande oportunidade” para a região, à semelhança do que aconteceu com o Alqueva no Baixo Alentejo.
Na cerimónia, o primeiro-ministro, António Costa, sublinhou que este é um projecto de décadas que avança agora. “Eu não escondo que dos cerca de 160 mil projectos que estão previstos no Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] nenhum deu mais dores de cabeça, nenhum exigiu maiores discussões, nenhum exigiu maiores esforços de compromisso, nenhum exigiu maior ginástica do que a Barragem do Pisão”, referiu o líder do Executivo, lembrando que o primeiro estudo sobre a barragem data já de 1957.
“Também levaram décadas a discutir se se fazia Alqueva, não se fazia Alqueva, Alqueva vai ter um impacto terrível no ambiente, vão ter dificuldades porque para realizar o Alqueva vai ser necessário deslocar populações, realojar populações. Foram décadas de desperdício de oportunidades e de riqueza que teriam feito do Alentejo, no seu conjunto, uma região muito mais desenvolvida se mais cedo tivesse sido feito a Barragem do Alqueva”, recordou o primeiro-ministro.
Reforço superior a 20 M€ de apoio do PRR
Com a actualização da reprogramação do PRR, o projecto de construção da EAHFM do Crato, também conhecido como barragem do Pisão, conta com um reforço superior a 20 milhões de euros. A nova infra-estrutura passa, assim, a ter uma dotação de 141,2 milhões de euros, inscrita no PRR, bem como um reforço de 10 milhões com origem do Orçamento do Estado, num investimento total superior a 200 milhões de euros, realça fonte institucional do Governo português.
Além da barragem, o projecto – gerido pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIM Alto Alentejo) – inclui a construção de uma central fotovoltaica flutuante, de 150 megawatts, assim como uma central mini-hídrica e canais da estrutura de regadio para a agricultura e sistema de abastecimento público de água.
Reivindicação histórica da região, a barragem vai garantir o abastecimento de água às populações dos concelhos de Alter do Chão, Avis, Crato, Fronteira, Gavião, Nisa, Ponte de Sôr e Sousel, num total de cerca de 55 mil pessoas, e permitirá regar cerca de 5.500 hectares.
Agricultura e Mar