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Angola aumenta capacidade de moagem de trigo. Estados Unidos interessados em exportar

A capacidade de moagem de trigo de Angola deverá crescer ao longo dos próximos anos, com a abertura de duas novas unidades e o aumento da produção em duas fábricas existentes. “Isso cria uma oportunidade para as exportações de trigo dos Estados Unidos para o país”, refere uma nota do norte-americano Foreign Agricultural Service. Actualmente, Portugal é o terceiro maior exportador de farinha de trigo para Angola.

Aquele documento salienta que Angola não produz o seu próprio trigo e está apenas a começar uma transição da dependência da farinha de trigo importada para a moagem local de trigo importado “como parte de um esforço de diversificação económica mais amplo”.

Segundo aquela entidade governamental norte-americana, os investimentos actuais e planeados para o sector de moagem angolano apresentam uma “oportunidade de mercado para as exportações de trigo dos EUA”. E explica que, com o declínio recente e a instabilidade no preço do petróleo – principal fonte de receita de Angola – o governo angolano vem promovendo a diversificação económica, incluindo o apoio ao desenvolvimento do processamento agropecuário”.

Os norte-americanos esperam que a capacidade de moagem do trigo do país cresça nos próximos anos, com a abertura de duas novas unidades e o aumento da produção em duas fábricas existentes. Actualmente, os principais países exportadores de trigo para Angola são a França, a Bélgica e a Austrália.

Grandes Moagens de Angola

O dia 26 de Maio de 2017 marcou a inauguração de uma nova fábrica de moagem de trigo em Luanda, Angola, da Grandes Moagens de Angola (GMA). O trabalho naquela unidade, de propriedade privada, foi iniciado em 2015 com o apoio do Ministério da Indústria e financiamento parcial do Banco de Desenvolvimento de Angola. A capacidade da fábrica é de aproximadamente 1.200 toneladas de trigo processado por dia, incluindo 930 toneladas de farinha e 260 toneladas de farelo. Localizada no Porto de Luanda, perto do centro da cidade, a nova fábrica cria 150 novos empregos.

A GMA planeia já a construção de uma nova fábrica de trigo idêntica no Porto de Lobito, na costa Sul de Angola, nos próximos dois anos.

Por outro lado, ainda este ano, está prevista a abertura de um novo centro de moagem de trigo, em Kikolo, nos arredores de Luanda, com capacidade inicial para processar 500 toneladas de cereal por dia, valor que deverá chegar às 1.000 toneladas por dia em 2018.

Já a unidade de moagem da Cerangola, no Lobito, com uma capacidade de processamento de 130 toneladas por dia, prevê aumentar a produção para as 650 toneladas diárias em 2018.

Trigo turco, o desafio dos exportadores

O relatório do Foreign Agricultural Service realça que as autoridades angolanas estimam que, em 2020, a procura anual de farinha de trigo no país atingirá as 730 mil toneladas. Mas, acrescenta que o trigo proveniente da Turquia, com preços relativamente baixos, devido aos subsídios de 60 dólares por tonelada, é um desafio para os exportadores de trigo para Angola.

“No entanto, espera-se que o governo de Angola divulgue uma tabela tarifária actualizada nos próximos meses e os potenciais importadores de trigo estão a pressionar contra tarifas de protecção na farinha de trigo”, realça aquele relatório.

Quanto à exportação de farinha de trigo para Angola, refira-se que o principal fornecedor daquele país lusófono é a Turquia, com 140 mil toneladas vendidas em 2016, 29% do total de farinha de trigo fornecida por estrangeiros. Em segundo lugar encontrava-se a França, com 103 mil toneladas (21% do total), seguindo-se Portugal, que exportou naquele ano 71 mil toneladas de farinha de trigo para Angola, ou seja, 15% do total.

De realçar que, em 2014, as exportações de farinha de trigo de Portugal para Angola eram de apenas 32.500 toneladas.

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