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Alqueva lidera produção de azeite, amêndoa, melão e alho. Falta a transformação, uma oportunidade para a agroindústria

O Alentejo é hoje responsável por 3/4 de todo o azeite produzido em Portugal. 80% desse azeite é fruto de Alqueva sendo a maior parte exportado a granel. A região de Alqueva é a maior produtora de amêndoa em Portugal. Mas só existem fábricas de despela e descasque, sendo o produto exportado a granel.

Alqueva é a principal região produtora de melão nacional e é responsável por mais 50% de todo o alho que se cultiva em Portugal. No entanto, não há unidades industriais para o seu embalamento ou tratamento. E a cebola produzida em Alqueva segue para o estrangeiro, onde é desidratada para fornecer a industria alimentar.

Existem 30 parques industriais junto às principais localidades na zona de influência de Alqueva, mas nem todos têm lotes com dimensão suficiente para acolher grandes unidades.

Há produção em Alqueva, falta agora a transformação desses produtos alimentares, uma oportunidade de negócio para a agroindústria. Um tema que a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva e o Núcleo Empresarial da Região de Beja/Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, NERBE/AEBAL levaram, em formato de mesa-redonda, sob o mote “Oportunidades para a Agroindústria na região de Alqueva”, no dia 8 de Junho, no stand de Alqueva na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.

Abordar as oportunidades geradas pelo Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva na captação de investimentos no sector agroindustrial, foi o principal objectivo desta iniciativa, moderada pela jornalista Teresa Silveira, que arrancou com um vídeo com declarações de vários intervenientes.

Agroindústria, o salto seguinte

Para o presidente da direcção da Associação de Proprietários e Beneficiários do Alqueva, João Cavaco Rodrigues, o salto seguinte de Alqueva “será a agroindústria, que está de facto a precisar de se desenvolver”, apesar de considerar “um passo arriscado, difícil e que exige grandes investimentos mas que terá de ser dado”.

E, para isso, “é preciso organização e planeamento, é preciso infra-estruturas, acessibilidades é preciso parques industriais devidamente planeados e regulamentados para que todos esses investimentos possam ser feitos com fluidez e sem constrangimentos”, acrescenta João Cavaco Rodrigues.

No entanto, “os instrumentos de apoio existem mas nem sempre funcionam. A verdade é que as pessoas hoje, quando querem investir caem numa teia de autorizações, licenças, entidades que têm que dar os seus pareceres, as quais não estão articuladas, muitas vezes funcionam umas contra as outras e geram dificuldades, entropias no sistema e as coisas levam muito tempo a avançar, ao ponto de muitos empresários terem de avançar sem quaisquer tipo de apoios, sob pena de perderem a oportunidade”, alerta o presidente da direcção da Associação de Proprietários e Beneficiários do Alqueva.

Transformação de amêndoa, uma oportunidade

Outro dos intervenientes no vídeo introdutório da mesa redonda foi o director-geral da Migdalo, Miguel Matos Chaves, que relembrou que a empresa avançou, em 2015, para a construção da primeira unidade de processamento de amêndoa de casca dura mediterrânica em Ferreira do Alentejo. A unidade processa a amêndoa da Migdalo e a amêndoa comprada aos produtores da região.

“Somos competitivos a nível mundial a produzir amêndoa no Alentejo. E existe uma oportunidade enorme agora na parte agroindustrial e em conseguir reter mais valor, ir mais além na transformação, e colocar no mercado internacional produtos mais à frente na cadeia de valor”, considera Miguel Matos Chaves.

E dá exemplos. “A amêndoa repelada, todo o tipo de industrializados para a indústria como as lâminas, a farinha, os palitos, também a amêndoa mais focada para a parte de snacks, ou os snacks já preparados, e também as novas tendências de consumo em que a amêndoa aparece a competi8r com outra tipologia de produtos como, por exemplo, as bebidas vegetais — o “leite” de amêndoa —, ou a “manteiga” de amêndoa, as pastas de amêndoa”.

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