A mais pequena e discreta das três grandes águias que ocorrem em Portugal é a Ave do Ano 2018. Apesar de estar actualmente em expansão no Sul do País, a águia-perdigueira (também conhecida por águia-de-bonelli), enfrenta diversas ameaças e tem por isso em Portugal o estatuto de conservação “Em Perigo”.
A SPEA — Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, com o apoio de diversos parceiros, pretende com esta campanha sensibilizar para a diminuição destas ameaças e dar a conhecer melhor esta espécie.
B.I.
A águia-perdigueira também conhecida por águia-de-Bonelli Aquila fasciata é uma ave de presa de grande porte, que pode ser observada durante todo o ano nos seus territórios. Os adultos distinguem-se pelo corpo claro e asas escuras e pela singular mancha branca no dorso, enquanto os juvenis têm uma plumagem distinta dominada por tons ruivos.
O que come?
É uma exímia caçadora que adapta a sua dieta às presas mais abundantes, como pombos, perdizes e coelhos, podendo mesmo capturar presas tão grandes como a garça-real, sendo comum a adopção de estratégias de caça cooperativa pelos membros do casal. Os seus voos acrobáticos, com função nupcial e de defesa do território, “são dos espectáculos mais impressionantes da natureza”, diz fonte da SPEA.
Situação em Portugal
A população portuguesa de águia-de-Bonelli está classificada como Em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e em 2011 foi estimada entre 116 a 123 casais reprodutores, em que cerca de 70% nidifica em árvores, ao contrário do que acontece com a maioria das populações europeias que nidifica em rocha.
Após um declínio acentuado nos anos 80, apresenta actualmente uma evolução positiva associada à contínua expansão dos casais no sul do país, que escolhem preferencialmente árvores como local de nidificação, o que permite à espécie ocupar áreas desprovidas de escarpas.
Esta expansão em áreas florestais tem contribuído igualmente para a estabilidade actual da população portuguesa, que está concentrada em cerca de 80% na Península Ibérica.
Em Portugal, o maior núcleo rupícola encontra-se no Nordeste Transmontano, onde a SPEA e parceiros nacionais e internacionais estão a desenvolver acções de conservação no âmbito do projecto Life Rupis de forma a impedir a regressão dos casais do Douro Internacional.
Saiba mais sobre a águia-perdigueira aqui.
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