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Açores: conserveira Cofaco despede 160 trabalhadores e constrói nova fábrica

A Cofaco — Indústrias de Conservas está a passar por uma crise. Vai despedir 160 trabalhadores nos Açores e construir uma nova fábrica, com apoios públicos, mais moderna e com novas valências, nomeadamente o processamento de lombos e a transformação de atum para segmentos de mercado de valor acrescentado.

A empresa promete readmitir a grande maioria dos trabalhadores assim que a nova unidade estiver a funcionar, dentro de dois anos. Os cerca de 160 trabalhadores da fábrica da Cofaco no Pico estarão ao serviço até 31 de Abril.

O secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores assegurou hoje, 10 de Janeiro, na Madalena, que o Governo Regional vai continuar a dar “todo o apoio” aos trabalhadores da fábrica da Cofaco na ilha do Pico “para que os seus direitos sejam atendidos por parte da empresa”.

Gui Menezes falava à margem de uma reunião com os profissionais daquela unidade fabril da Cofaco, onde esteve acompanhado por técnicos da Segurança Social, da Inspecção Regional do Trabalho e da Agência de Emprego.

O secretário Regional afirmou que este encontro foi “uma oportunidade de esclarecer muitas das dúvidas que os trabalhadores tinham [sobre o processo de despedimento colectivo]”, sendo que as entidades competentes em matéria de trabalho já disponibilizaram elementos a tempo inteiro para dar atendimento personalizado a estes profissionais.

“Uma solução entre poucas”

O governante defendeu que o despedimento colectivo na Cofaco é encarado como “uma solução entre poucas que existiriam”, frisando que “compete ao Governo dos Açores garantir que esta opção seja cumprida na íntegra e que os direitos dos trabalhadores sejam salvaguardados”.

Nesta reunião, o secretário Regional frisou que o Governo dos Açores “fez tudo” para que a empresa não abandonasse o Pico e apresentasse a candidatura para apoios para a construção de uma nova unidade fabril, salientando que o despedimento colectivo foi uma “opção da empresa”.

Gui Menezes realçou ainda que “não se trata de uma empresa falida”, referindo que este despedimento colectivo se deve a “um momento de transição”, com a criação de uma nova unidade fabril, que será construída no local onde está instalada a actual fábrica.

Apoios públicos

Questionado sobre a atribuição de apoios públicos a esta empresa, o secretário Regional defendeu que servem “precisamente para apoiar as empresas quando necessitam e para, assim, garantir os postos de trabalho e o desenvolvimento económico da Região e, em particular, da ilha do Pico, onde esta empresa tem um impacto importante”.

Gui Menezes recordou que as empresas conserveiras dos Açores “estão a passar por momentos que não são muito fáceis”, apontando as más safras de bonito nos últimos anos, o contexto de competitividade e os custos que estas empresas têm por laborarem numa região ultra-periférica.

O secretário Regional afirmou ainda os trabalhadores reconheciam que a fábrica necessitava de obras a fim de serem criadas “melhores condições laborais”, acrescentando que a nova unidade fabril terá “mais qualidade”.

Prevê-se que a nova fábrica tenha novas valências, nomeadamente o processamento de lombos e a transformação de atum para segmentos de mercado de valor acrescentado.

O secretário Regional referiu ainda que a empresa vai continuar a apostar no Pico por “reconhecer a qualidade dos trabalhadores” desta fábrica na laboração do atum, o que representa “uma mais valia em termos económicos”, nomeadamente no que respeita “à valorização do seu produto e à eficiência da sua produção”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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