A DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária vai realizar mais duas acções de formação sobre o “Plano de Acção para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal”, também conhecida por vespa asiática.
A primeira realiza-se na Comunidade Inter-municipal do Ave, em Guimarães, no próximo dia 13 de Setembro de 2017, com início previsto pelas 10 horas. A segunda ocorrerá no Município de Mortágua a dia 20 de Setembro, no Centro de Animação Cultural, também com início previsto pelas 10 horas.
As acções contam com a colaboração do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e a FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal.
Destinatários
Estas acções destinam-se essencialmente a técnicos dos vários organismos da Administração Central e da Administração Local do Estado – DGAV; INIAV; ICNF; DRAP; câmaras municipais (nomeadamente GTF – Gabinetes Técnicos Florestais e Serviços Municipais de Protecção Civil); técnicos de organizações de Apicultores (associações, sociedades, cooperativas); de caça; de produtores florestais; elementos do SEPNA/GNR (incluindo operadores da linha SOS Ambiente); bombeiros; guardas de recursos florestais; Vigilantes da Natureza; e Sapadores Florestais.
A ficha de inscrição deve ser enviada à DGAV até ao dia 8 de Setembro, para o e-mail formacao.especializada@dgav.pt.
Como identificar
A Vespa velutina é uma vespa de grandes dimensões. A cabeça é preta com face laranja/amarelada. O corpo é castanho-escuro ou preto, aveludado, delimitado por uma faixa fina amarela e com um único segmento abdominal amarelado-alaranjado, o que torna difícil de a confundir com qualquer outra espécie. As asas são escuras e as patas castanhas com as extremidades amarelas.
O tamanho da Vespa velutina varia de acordo com o alimento, o lugar e a temperatura, sendo contudo uma das maiores espécies de vespas. A rainha pode ter até 3,5 cm.
Os ninhos, constituídos por fibras de celulose mastigadas, têm uma forma redonda ou em pêra, com uma abertura semelhante a uma saída lateral, podendo atingir um metro de altura e cerca de 50-80 cm de diâmetro, e são geralmente construídos em árvores com alturas superiores a 5 metros. Cada ninho pode albergar cerca de 2 000 vespas.
Introdução da espécie na Europa e em Portugal
Segundo o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a introdução da Vespa Asiática involuntária na Europa ocorreu em 2004 no território francês, tendo a sua presença sido confirmada em Espanha em 2010, em Portugal e Bélgica em 2011 e em Itália em finais de 2012. Esta infestação tem progredido a grande velocidade de norte para sul de Portugal. Inicialmente só ocorriam colónias no norte de Portugal, nomeadamente no Minho, actualmente já ocorrem com muita frequência na região de Aveiro.
Esta introdução tem impacto negativo na apicultura, produção agrícola, na segurança pública e no ambiente.
Na segurança pública, diz a Quercus, embora não sendo mais agressiva para o ser humano do que a vespa autóctone, reage de forma bastante agressiva às ameaças ao seu ninho; perante uma ameaça ou vibração a 5 metros, produz-se uma resposta de grupo que pode perseguir a fonte da ameaça durante cerca de 500 metros. Além disso, o grande tamanho que podem atingir os ninhos e em algumas ocasiões a sua localização em zonas urbanas ou periurbanas, podem resultar em maior risco para os cidadãos.
No ambiente, é uma espécie invasora, predadora natural das abelhas e outros insectos, o que pode eventualmente originar a médio prazo impactos significativos na biodiversidade, em particular nas espécies de vespas nativas e nas populações de outros insectos. Como efeitos colaterais da diminuição insectos autóctone (nativos), pode ocorrer uma menor polinização de espécies da vegetação natural ou cultivada, diminuindo também a biodiversidade vegetal.
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Agricultura e Mar Actual