O consórcio do ensaio de rega gota-a-gota na cultura do arroz — Magos IS, Rivulis, Lusosem, ADP Fertilizantes e Hidrosoph — revela que obteve 5.852 kg de arroz por hectare, com 71% de rendimento industrial, neste ensaio realizado numa parcela de quatro hectares, propriedade do agricultor José Gaga, em Porto Senhorinho, na Azambuja. A sementeira do arroz, um carolino da variedade Teti, decorreu a 4 de Junho e a ceifa a 7 de Novembro. O consumo médio de água de rega foi de 8.703 L/hectare.
Os resultados do ensaio de produção de arroz com rega gota-a-gota foram apresentados no dia 16 de Janeiro, no auditório Cais da Vala, em Salvaterra de Magos, perante uma centena de agricultores e técnicos. Este é o terceiro ano de ensaios de produção de arroz com rega gota-a-gota no Ribatejo e o consórcio de empresas pretende continuar os ensaios em 2025.
“Este ensaio demonstra que a rega gota-a-gota viabiliza a produção de arroz em terrenos convencionais, sem necessidade de nivelamento, abrindo a possibilidade de integrar o arroz numa rotação com outras culturas regadas por gota-a-gota, entre as quais, o tomate para indústria, o milho ou outras anuais”, frisa uma nota de imprensa dos responsáveis pelo ensaio.
Esta nova forma de produzir arroz “permite uma gestão mais eficiente da água, ajustando a dotação de rega às necessidades reais da cultura; e uma gestão mais eficaz do controlo das infestantes, devido a uma maior flexibilidade nas soluções herbicidas e na sua aplicação; e aumenta a flexibilidade da aplicação dos fertilizantes, melhorando a repartição dos nutrientes ao longo do ciclo da cultura, com menos perdas e menor impacto ambiental”, acrescenta a mesma nota.
Ajustes para aumentar produtividade
José Gaga, o agricultor que participou no ensaio, admite que “a cultura ficou um pouco aquém do que eu esperava a nível de produtividade”, atribuindo o facto à data tardia da sementeira e ao espaçamento entre linhas e emissores de rega.
A fita de rega utilizada foi a T-Tape 508 de 16 mm, do fabricante Rivulis, instalada com 1 m de distância entre linhas de rega, espaçamento de 30 cm entre gotejadores e débito de 1L água/hora. Num futuro ensaio, nas mesmas condições, o consórcio pondera optar por uma distância de 75 cm entre linhas de rega e 40 cm entre gotejadores.
O arroz foi instalado por sementeira enterrada e o delineamento do ensaio foi adaptado ao sistema de rega existente na parcela, aproveitando-se todo o sistema de bombagem e filtragem. A manga de rega plana em PVC flexível, modelo Monoflaf L, foi disponibilizada pelo fabricante Heliflex.
A Lusosem, pioneira em inovação na cultura do arroz, forneceu as sementes da variedade Teti e assegurou o programa de controlo de infestantes com o herbicida pós-emergente da gama Rinskor Active, Agixa da Corteva, coadjuvado na segunda aplicação por bentazona.
A fertilização da cultura foi assegurada pela ADP Fertilizantes, com a gama Fertiberia TECH, com a aplicação do adubo Nergetic C-PRO, antes da sementeira, e com o adubo líquido Nutrifluid Impulse Power e o biofertilizante fixador de azoto Neoforce N Fixer, aplicados em cobertura
A Hidrosoph apoiou o ensaio através do seu software de gestão inteligente da rega Irristrat, que gera recomendações de rega baseadas em dados recolhidos por sondas de monitorização da humidade do solo, imagens de satélite e dados meteorológicos da parcela.
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