Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) realçam que “o receio do efeito da estenfiliose e do fogo bacteriano levou alguns produtores a anteciparem a colheita [de pêra], sem que os frutos tenham alcançado o ponto óptimo de maturação, apresentando assim níveis de dureza mais elevados”.
Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2024, do INE, a colheita de pêra terminou na primeira semana de Setembro na região do Oeste. A produção ficou, pelo terceiro ano consecutivo, muito aquém do potencial produtivo da região, apesar de ligeiramente superior à da campanha passada (a menor das últimas duas décadas), embora com diferenças entre produtores em função do nível de incidência do fogo bacteriano e de estenfiliose.
“Foi uma campanha difícil, iniciando-se com problemas de diferenciação floral devido ao reduzido número de horas de frio, o que originou menos gomos. Posteriormente a floração foi muito prolongada resultado das baixas temperaturas registadas no início da Primavera, que originaram uma heterogeneidade no estado fenológico dos frutos”, adianta o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2024.
Por outro lado, no início do Verão a ocorrência atípica de neblinas persistentes e alguma chuva potenciou o surgimento de fogo bacteriano e de estenfiliose, doenças com forte incidência nesta campanha e de impacto muito significativo na produção, agravado pelas restrições na utilização de substâncias activas eficazes.
Em termos de qualidade, os frutos apresentam calibres superiores aos do ano anterior, níveis de brix médio/baixo e mais carepa na pele, o que poderá contribuir para melhorar o equilíbrio do sabor e para aumentar a resistência mecânica dos frutos.
Pode ler o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2024 aqui.
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