O Grupo Parlamentar do Chega alerta para as “quebras de produção, em alguns casos na ordem dos 50%, por exemplo no que respeita à Pêra Rocha, que é produzida fundamentalmente na Zona Oeste, situação que é somada aos aumentos substanciais dos custos de produção, nomeadamente decorrentes da inflação verificada ao nível energia eléctrica e combustíveis”. Por isso, pergunta ao ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, “que tipo de apoios podem estes agricultores esperar da parte do Governo”.
Em documento entregue na Assembleia da República, os deputados do Chega perguntam ainda o ministro, sendo Portugal o país da União Europeia “com taxas de importação mais baixas da Europa, relativamente a produtos vindos de fora da União, nomeadamente por exemplo, da África do Sul, do Chile, etc., estando neste momento a possibilitar, inclusive, que empresas espanholas e de outros países, façam as importações através de Portugal”, o que “espera o Governo para estabelecer medidas que protejam a produção nacional, desde logo aumentando as referidas taxas de importação”.
Nas duas perguntas enviadas a José Manuel Fernandes, Grupo Parlamentar do Chega refere que “o ano de 2022 foi um ano terrível para a grande parte dos agricultores da Pêra Rocha do Oeste, com enormes perdas resultantes de vários factores climáticos associados à seca e ao calor extremo, falta de água e, como se isso não chegasse, as doenças da Estenfiliose e do Fogo bacteriano, um no fruto, outro na planta, que fizeram que vários pomares do distrito de Leiria fossem deixados ao total abandono”.
“A mesma tendência de diminuição da produção verificou-se em 2023, ano em que foram colhidas cerca de 107 mil toneladas entre os associados da ANP [Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha], valor que representa uma quebra de 13% relativamente a 2022”, frisam aqueles deputados, salientando que “embora as perdas entre 2022 e 2023 representem menos 16,5 mil toneladas, a situação torna-se indiscutivelmente preocupante quando se compara os dados de 2021, com uma quebra na produção na ordem do 51%”.
Por outro lado, adiantam que “ainda pouco estudada no nosso País, a Estenfiliose é uma das principais causas da quebra de produtividade em frutícolas como a Pêra Rocha”, relembrando que Domingos Santos, presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP), em representação da Frutoeste – Cooperativa Agrícola de Hortofruticultores do Oeste, revelou publicamente que apesar do Fogo Bacteriano ser a doença mais falada na região, “a Estenfiliose, ou a traça da flor do limoeiro, preocupa muito mais, porque tem causado muitos prejuízos”.
Entendem assim aqueles deputados que “deve o ministro da Agricultura (…) ser alertado. Tenhamos consciência de que neste momento há empresas do sector a encerrar e outras com perspectivas de encerramento face às abruptas alterações (…) cujas soluções não dependem dos agricultores, mas está na alçada do Governo resolver”.
Agricultura e Mar