O presidente do conselho de administração da Lusomorango, Loïc Oliveira, considera que “para que a agricultura tenha futuro em Odemira é urgente concretizar. Concretizar o que já está aprovado e que ainda não avançou. Concretizar os projectos de modernização previstos e com financiamento aprovado pelo PDR 2020 e com a pressurização de todo o perímetro de rega em especial do Bloco Norte. Concretizar a construção da nova Estação Elevatória na Barragem de Santa Clara, investimento também com financiamento do PDR 2020 aprovado, mas que aguarda aprovação da Declaração de Relevante Interesse Público pela Assembleia Municipal de Odemira”.
“Estas são verbas aprovadas que, se não forem realizadas, se perderão, como continuam a perder-se mais de 40% da água que sai da barragem de Santa Clara. Por outro lado, o território necessita de uma nova fonte de água complementar à Barragem de Santa Clara. Uma nova fonte de água que pode passar pela ligação da Barragem de Santa Clara ao Alqueva (via Monte da Rocha) integrada no projecto nacional do Governo, ‘Água que Une’, ou pela instalação de uma dessalinizadora que sirva o território. Estas são as necessidades. Hoje, neste colóquio, esperamos que o debate e a reflexão contribuam para que as acções que as resolverão aconteçam”.
As declarações de Loïc Oliveira foram proferidas durante o 6º Colóquio Hortofrutícola, promovido pela Lusomorango – Organização de Produtores de Pequenos Frutos, em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa, realizado hoje, 19 de Julho, em Odemira, dedicado ao tema “Novas Fontes de Água: Soluções estruturais para um futuro sustentável”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro, saudou “a Lusomorango pela realização deste estudo sobre a possibilidade da ligação de Alqueva a Santa Clara, que representa um momento muito importante para que, a partir desta produção de conhecimento, possamos todos definir um caminho que queremos, e lutar por esse caminho todos juntos, que é a única forma como conseguiremos ganhar esta luta”.
Já o vice-presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, Gonçalo Santos Andrade, disse que “a CAP acredita no enorme potencial desta região do País e principalmente na enorme capacidade dos nossos agricultores que mantêm aqui a sua actividade. Há que aproveitar as condições de excelência para produção que temos no AHM [Aproveitamento Hidroagrícola do Mira]”.
“O Governo precisa de começar a construir as reservas de água necessárias e modernizar as existentes com o programa “Água que Une” e a rede de interligação de água no país. O AHM tem de fazer parte deste projecto e há que assegurar a execução das obras previstas e com financiamento aprovado. Temos que ser ambiciosos e aproveitar o potencial de área do AHM para contribuirmos cada vez mais para a Economia nacional e para a criação de postos de trabalho”, acrescentou Gonçalo Santos Andrade.
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