Com partida de Amarante, mais de 25 agentes do sector florestal participaram numa visita de campo que percorreu, no dia 20 de Fevereiro, 4 baldios do Agrupamento de Baldios do Marão e Meia Via. A iniciativa co-organizada pela Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais, o Centro Pinus — Associação para a Valorização da Floresta de Pinho e a Baladi — Federação Nacional dos Baldios deu a conhecer o resultado de várias intervenções de gestão florestal representando um investimento de 1,5 milhões de euros em 2023.
O investimento incluiu a condução de regeneração natural de pinho, a criação de mosaicos com a plantação de povoamentos mistos, o controlo de invasoras lenhosas e a beneficiação da rede viária, entre outras acções, refere uma nota de imprensa do Centro Pinus, adiantando que o Agrupamento de Baldios do Marão e Meia Via, um dos 20 criados em 2019 pelo Governo “foi indispensável para alavancar o investimento público que permitiu a mudança neste território, mas não só”.
“Nos 2.500 hectares que integram este agrupamento, cerca de 20% do território encontra-se em litígio relativo aos limites dos baldios. Esta é uma situação que se verifica em várias regiões do País e que, na prática, tem condenado muitos territórios na mesma situação ao abandono, favorecendo o risco de incêndio”, refere a mesma nota.
Mas, realça que “graças à criação deste agrupamento, iniciou-se um diálogo que poderá vir a criar soluções para, pelo menos, gerir os espaços florestais que representam maior risco”.
Por último, o Centro Pinus destaca “a importância do acesso a diversas fontes de financiamento público, com uma flexibilidade e celeridade superiores ao PDR 2020, evidenciando a necessidade de mudança dos instrumentos de financiamento de políticas públicas à floresta”.
Visita de campo
A visita de campo teve como principais guias Henrique Costa, técnico do Agrupamento do Marão e Meia Via e Pedro Gomes, coordenador e membro da direcção da Baladi. Foi acompanhada por Manuel António Leite Ribeiro, presidente do Agrupamento de Baldios e por Cláudia Silva e Sandra Costa, respectivamente presidentes do conselho directivo e da mesa da assembleia do Baldio de Rebordelo.
“Esta participação foi uma evidência do envolvimento da comunidade e da liderança empenhada. É também um exemplo de renovação geracional da liderança”, garante a mesma nota, frisando que “para além do conhecimento transmitido, a acção proporcionou um enriquecedor diálogo entre técnicos e gestores florestais, investigadores e responsáveis pelo abastecimento de empresas de primeira transformação de pinho”.
Esta visita “demonstrou que estão a ser dados os primeiros passos para que os baldios possam vir a gerar receitas que permitirão diminuir ou mesmo suprir a necessidade de investimento público. No entanto, este é ainda fundamental para permitir a construção desse futuro. Para prosseguir este caminho, é indispensável que o futuro Governo dê continuidade a este e outros projectos em curso nas áreas de baldios, assim como todos os instrumentos que estão a criar mudanças visíveis nos territórios”.
Agricultura e Mar