A Associação Empresarial de Portugal (AEP) realiza na próxima semana uma “grande operação de promoção” das empresas e dos produtos portugueses na Colômbia, com uma missão comercial e uma mostra gastronómica. Trata-se de um mercado com mais de 48 milhões de consumidores. A comitiva nacional, que parte neste domingo para Bogotá, integra representantes de 15 empresas e um ‘chef’ de cozinha, que partilhará com um congénere colombiano a autoria de um jantar de divulgação da gastronomia e dos vinhos portugueses num dos mais renomados restaurantes de Medellín, a segunda cidade do país.
Trata-se da quinta missão empresarial que a AEP organiza naquele mercado nos últimos cinco anos, no âmbito do seu programa de internacionalização “Business on the way”, e a primeira depois da recente autorização das autoridades colombianas à importação de carne de porco congelada e de produtos lácteos de origem portuguesa. É natural, por isso, que a fileira agro-alimentar seja a mais representada na comitiva, com participantes de 11 empresas, que permanecerão na Colômbia até à próxima sexta-feira. Mas, também marcam presença duas empresas de têxteis-lar, um fabricante de equipamentos e acessórios para a indústria de construção e um distribuidor de equipamentos de protecção individual e de materiais de combate a incêndios.
“Apesar do crescimento económico do país ter desacelerado ligeiramente no ano passado, com o PIB a ficar abaixo dos 4% pela primeira vez desde o início da década, a Colômbia continua a ser um dos mercados mais promissores da América Latina para as empresas portuguesas, quer ao nível do investimento quer das exportações”, justifica o presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida.
Apesar de projecções oficiais apontarem, este ano, para uma quebra na procura interna e um maior controlo da despesa pública, a partir de 2017 a economia colombiana deverá voltar a atingir valorizações anuais acima dos 4%, mercê, em boa parte, de uma nova subida das exportações (combustíveis e óleos minerais, sobretudo), numa dinâmica consideravelmente mais acentuada que o comportamento previsto das importações, que também progredirão mas a um ritmo mais lento.
Exportadoras portuguesas para a Colômbia aumentam
Entre 2010 e 2014 o número de empresas portuguesas a vender para aquele mercado aumentou 140%, ao passar de 138 para 331, mas ainda há muito a fazer para equilibrar as contas entre os dois países.
Segundo a Aicep Portugal Global, as exportações portuguesas de bens para a Colômbia cifraram-se em 59,2 milhões de euros em 2015, menos 4,6 milhões que no ano anterior. As importações tiveram um comportamento inverso: atingiram os 279,7 milhões de euros, o que representa uma subida superior a 69 milhões de euros comparando os últimos dois anos.
Em termos do relacionamento económico bilateral, a Colômbia ocupava a 51.ª posição no ‘ranking’ de clientes das exportadoras portuguesas de bens no final de 2015, situando-se no 26.º lugar da tabela de fornecedores.
A agência pública de investimento e de fomento das exportações e da internacionalização das empresas portuguesas faz notar, no entanto, que as vendas portuguesas de bens para aquele país tiveram um comportamento bastante positivo de 2011 até 2014, só no ano passado se verificando um recuo acentuado. Mesmo assim, a média anual de crescimento, nos últimos cinco anos (2011/2015), foi de 36%. Passaram de 18,8 milhões, em 2011, para 63,8 milhões de euros, em 2014, caindo depois para os referidos 59,2 milhões, no ano passado.
Esta missão multi-sectorial da AEP à Colômbia é uma das cerca de quatro dezenas de acções previstas no programa associativo de internacionalização para este ano, co-financiado pelo Compete 2020 no âmbito do Portugal 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, Eixo II – Projectos Conjuntos – Internacionalização.
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