O secretário Regional do Mar e das Pescas, Manuel São João, considera que a implementação de modelos de co-gestão nos Açores para a amêijoa de São Jorge e para as lapas revela uma abordagem revolucionária para o sector.
“Este modelo inovador de co-gestão, focado nos pilares da sustentabilidade ambiental, económico-financeira e social, é uma abordagem revolucionária na gestão de recursos vivos marinhos, promovendo a partilha de conhecimento, informação e poder de influência decisória, com o objectivo de alcançar a colaboração mútua e o consenso”, sustentou Manuel São João, após a apresentação pública das propostas desenvolvidas pelo Grupo de Co-gestão Adaptativa da Amêijoa da Fajã da Caldeira de Santo Cristo (GCAFCSC). A apresentação decorreu recentemente na cidade da Horta, em formato híbrido.
O projecto, que se iniciou em Agosto de 2022, envolveu um processo intensivo e colaborativo, incluindo sete reuniões gerais, sete reuniões paralelas dos grupos de trabalho e uma oficina intensiva de dois dias. O resultado foi a formulação de uma série de propostas de soluções consensuais para a gestão sustentável do espaço e dos recursos da Fajã da Caldeira de Santo Cristo (FCSC), refere uma nota de imprensa do Executivo açoriano.
As propostas apresentadas abordam vários aspectos, incluindo a protecção e manutenção da barreira e do canal da lagoa, restauro do fundo da lagoa, gestão da apanha profissional e para autoconsumo, controle de circulação de veículos todo-o-terreno, rastreabilidade e segurança alimentar, e acessibilidade à FCSC.
Destaca também mesma nota a proposta de criação de um Centro de Co-gestão dentro da FCSC, que servirá como apoio a diversas actividades e promoverá o autofinanciamento de acções relacionadas com a protecção e manutenção da lagoa.
Este encontro “foi uma etapa crucial no processo de co-gestão, onde as propostas do grupo vêm alicerçar as decisões políticas tomadas neste âmbito, alinhando-as com a realidade local”.
Está previsto que o GCA FCSC continue a trabalhar em questões ainda pendentes, coordenando acções entre as diferentes entidades, assegurando, assim, uma comunicação eficaz. Após a implementação das propostas, o grupo monitorizará os resultados, propondo mudanças ou ajustes conforme necessário, num processo contínuo e compartilhado.
Nova sessão em Janeiro
Uma segunda sessão de apresentação das propostas e orientações do GCAFCSC está agendada para meados de Janeiro, no Museu Francisco Lacerda, na Calheta, Ilha de São Jorge, marcando mais um passo significativo neste projecto, salienta a mesma nota.
Ambas as iniciativas “reflectem o empenho do Governo Regional na promoção de uma gestão ambiental eficiente e sustentável, essencial para a preservação dos nossos ecossistemas marinhos”, frisa.
Agricultura e Mar