As gigantes multinacionais na área da agricultura e agro-químicos estão a preparar três mega-fusões e a preocupar os agricultores e consumidores. As fusões incluem a da alemã Bayer com a Monsanto, que levou a protestos em Berlim contra a compra da empresa nacional pela produtora do herbicida Roundup, muito contestado por ser um potencial cancerígeno, e de sementes geneticamente modificada (transgénicas).
A compra da Monsanto pela Bayer ainda está a ser analisada pela União Europeia e pelos EUA, que querem verificar se o negócio não infringe leis da competição. Se se concretizar, esta fusão vale 62 mil milhões de dólares e permite à Bayer juntar a sua fileira de pesticidas à produção de alimentos, de acordo com o New York Times.
Mesmo antes do namoro entre a Bayer e a Monsanto, a ChemChina adquiriu as acções da Syngenta e as norte-americanas Dow e DuPont acertaram os pormenores para a sua fusão.
A Monsanto procurou negociar com a Bayer e com a BASF – duas empresas gigantes alemãs do sector de insumos agrícolas. E enquanto os reguladores anti-monopólio observam criticamente os acordos entre DuPont e Dow, e entre Syngenta e ChemChina, a Monsanto necessita urgentemente se associar com alguém para não ser ultrapassada. A multinacional, conhecida pelos produtos alimentares transgénicos, passou grande parte do ano de 2015 a tentar adquirir, por sua vez, a Syngenta, mas a sua oferta foi recusada.
Se as fusões se concretizarem, as primeiras etapas da cadeia alimentar industrial (sementes e agrotóxicos) estarão nas mãos de apenas três empresas. As três controlarão mais de 65% das vendas mundiais de pesticidas, e quase 61% das vendas comerciais de sementes, segundo dados do ETC Group.
Agricultura e Mar Actual