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China oferece 39 mil milhões de euros por Syngenta

Dois grupos empresariais chineses juntaram-se para comprar a multinacional do ramo alimentar Syngenta, uma das maiores empresas da fileira. A China National Chemical Corp (ChemChina) e a China Reform oferecem 43 mil milhões de dólares (ou seja, cerca de 39 mil milhões de euros) pela empresa de sementes e agroquímicos sedeada na Suíça, relata a agência noticiosa Reuters, tendo já pedido um empréstimo de 20 mil milhões de dólares (18,2 mil milhões de euros) para este efeito.

Porém, a compra enfrenta a oposição do Governo dos EUA, com o responsável pela pasta da agricultura a mostrar-se “preocupado” com o efeito sobre a aquisição da atitude de Beijing sobre os organismos geneticamente modificados (OGM, ou transgénicos) de patente norte-americana e sobre a segurança alimentar global. Tom Vilsack, o ministro da agricultura dos EUA, declarou que está “vigilante e extremamente preocupado acerca da forma como a biotecnologia e a inovação estão a ser tratadas e entravadas por um sistema, na China, que, frequentemente, não tem como base a ciência e parece mais inspirado pela política”, cita o Financial Times.

A Syngenta está sob investigação nos EUA por questões relacionadas com a segurança nacional. A Syngenta, enquanto um dos maiores produtores globais de sementes OGM para colheitas de milho, soja e beterraba, rejeitou em 2015 uma oferta de compra da rival norte-americana Monsanto. A oferta de aquisição pela ChemChina da Syngenta pode enfrentar barreiras regulatórias nos Estados Unidos.

Só em 2016, nas últimas seis semanas, as empresas chinesas conseguiram 102 acordos de fusão e de aquisição. No total, estas compras valem 81,6 mil milhões de dólares (74,6 mil milhões de euros), enquanto que no ano passado, no mesmo período, os empresários chineses se ficaram pelos 72 acordos, valendo 11 mil milhões de dólares (10 mil milhões de euros). Segundo os analistas, os empresários chineses querem diversificar o seu portfolio, mas também aproveitar os preços de “saldos” das grandes empresas, no difícil ambiente económico global.

Aquisição promovida pela ChemChina

No caso da Syngenta, a aquisição está a ser promovida pela ChemChina, uma empresa do Estado chinês na área de agroquímicos e petroquímicos, também como uma parte da estratégia do Governo para aumentar a produção alimentar do país. A China Reform, que se dedica à gestão e reestruturação de empresas estatais, responde directamente ao primeiro ministro Xi Jinping.

O financiamento desta enorme compra (maior do que as quatro maiores já realizadas por empresa chinesas, em conjunto) será suportado em parte por um empréstimo que passará pela coordenação global do grupo financeiro HSBC, além de entidades como o Banco da China CITIC, Credit Suisse, Rabobank e UniCredit. A Syngenta opera em mais de 90 países, o que significará que dezenas de entidades reguladoras vão verificar a transparência e os prazos da aquisição.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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