A Aprolep — Associação dos Produtores de Leite de Portugal reúne amanhã, 5 de Julho, uma centena de produtores, entre as 11h30 e as 17h00, na vacaria Uziel Carvalho, em Leiria, para analisar as estratégias possíveis para enfrentar o baixo preço do leite, a falta de forragem e o custo alimentar devido à seca. Estará presente o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues.
Explica a Aprolep em nota de imprensa que “os produtores de leite portugueses que fornecem o sector cooperativo associado na Lactogal sofreram uma nova redução em três cêntimos por litro de leite entregue a partir de 1 de Julho. É a segunda redução no preço ao produtor no espaço de dois meses, acumulando uma redução total de 8 cêntimos por litro e que por “coincidência” ocorreu também em quase todos os compradores e indústrias privadas do continente e dos Açores, com a honrosa excepção da marca Pingo Doce, que até agora manteve o preço aos seus produtores. Isto representa uma perda mensal de 12,5 milhões de euros em todos os produtores”.
E acrescenta que “esta descida ocorre numa altura crítica, quando a agricultura de Portugal e Espanha sofre os efeitos da seca que levou à redução da produção de forragem, ausência de pastagens, falta de água para a produção de milho em algumas regiões e subida vertiginosa do preço da palha, cuja fibra é fundamental e cujo preço teve aumentos de quase 300%. Mantêm-se elevados os custos das rações e as despesas com combustíveis, adubos, semente, equipamentos e restantes factores de produção”.
Muitos produtores já decidiram encerrar a sua produção
Segundo a Aprolep, “muitos produtores serão obrigados reduzir o efectivo de animais, alguns já decidiram encerrar a sua produção e muitos ponderam seguir o mesmo caminho de abandono do sector, sendo por isso urgente parar e inverter a desvalorização do leite. O abandono da produção significa perda de postos de trabalho, tanto na produção como nos fornecedores e prestadores de serviços”.
“Esta é uma responsabilidade do Governo, da distribuição, da indústria e em particular do sector cooperativo que devia dar o exemplo de valorizar o leite e reduzir os custos internos de funcionamento, em vez de ser o primeiro a reduzir o preço do leite. Os produtores estão revoltados e exige-se uma urgente reflexão e mudança de gestão”, realça a direcção da Aprolep.
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