O preço médio anual do total de pescado fresco ou refrigerado descarregado em portos nacionais, em 2022, registou uma subida de 0,37 €/kg em relação a 2021, o que correspondeu a um aumento de 16,2%, passando de 2,28 €/kg para 2,65 €/kg, divulga o anuário “Estatísticas da Pesca 2022”.
O documento, elaborado pelo INE — Instituto Nacional de Estatística e a DGRM — Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, refere inda que este aumento reflectiu uma subida generalizada de preços no continente (+14,0%), na R. A. dos Açores, (+28,0%) e na Região Autónoma da Madeira (+22,3%), consequência do menor volume de captura de peixes marinhos e moluscos, agravada em 2022 pela conjuntura da guerra da Ucrânia, que gerou um aumento acentuado dos custos de produção da actividade.
No continente, a subida do preço ficou também a dever-se ao maior valor atingido pela grande maioria das espécies relevantes, quer de peixes (carapau, cavala, sardinha, biqueirão) quer de moluscos (polvo, choco, lulas, amêijoas e berbigão), comparativamente ao ano anterior.
O aumento nas regiões autónomas foi sobretudo determinado pelos preços superiores atingidos por espécies com importância, nomeadamente os atuns e o carapau negrão, cujas capturas diminuíram de forma significativa, face a 2021, acrescenta o anuário “Estatísticas da Pesca 2022”.
Peixes marinhos
Nos peixes marinhos, o aumento de 10,4% do preço médio a nível nacional correspondeu a 2,02 €/kg. Espécies relevantes e comercialmente mais acessíveis viram o preço subir em 2022, caso da sardinha (+3,1%), cavala (+12,0%), carapau (+2,6%) e biqueirão (+84,0%), tendo ocorrido o mesmo em espécies mais valorizadas, caso dos atuns, cujo preço cresceu 14,8%, face a 2021.
Em 2022, a taxa de variação média do Índice de Preços no Consumidor (IPC) para o peixe fresco ou refrigerado foi de 11,6%, como resultado de uma variação positiva de 11,4% no Continente (+0,8% em 2021) e de um crescimento médio dos preços superior nas regiões autónomas, com maior intensidade nos Açores (+22,7%).
Crustáceos
Quanto aos preços médios de crustáceos (12,38 €/kg) e moluscos (5,79 €/kg), assinalaram igualmente subidas a nível nacional.
Apesar do volume de captura de crustáceos ter crescido 3,9% no ano em análise, o seu aumento foi acompanhado de uma valorização significativa de espécies como o lagostim, lagostas e lavagantes e caranguejos, o que gerou um aumento no preço global deste grupo em 1,7%.
Já o aumento significativo do preço dos moluscos (+31,6%) reflectiu não só a quebra da captura de algumas espécies relevantes (berbigão, choco e potas), como também a maior valorização de espécies cuja captura foi superior em 2022 (caso do polvo, lulas e amêijoas).
Em 2022, a taxa de variação média do IPC para os crustáceos e moluscos frescos ou refrigerados situou-se em +6,1% (+7,0% em 2021).
O anuário “Estatísticas da Pesca 2022” é composto por nove capítulos temáticos, tendo em cada um deles sido incorporada a análise de resultados e os respectivos dados.
Consulte o relatório completo aqui.
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