O Marine Stewardship Council (MSC) apresentou na Seafood Expo Global de Barcelona uma nova estratégia para apoiar o crescimento dos produtos do mar sustentáveis.
Durante a sua intervenção no Seafood Futures Forum do MSC, o director executivo, Rupert Howes, afirmou que o organismo de normalização sem fins lucrativos continuará a manter os mais altos padrões para a pesca sustentável, ao mesmo tempo que ampliará as oportunidades de mercado que incentivam uma pesca mais sustentável a nível mundial.
Esta estratégia irá centrar-se cada vez mais na investigação e nos esforços de sensibilização que apoiam as pescarias com a certificação do MSC e as que se encontram no seu caminho rumo à sustentabilidade. Para ajudar as pescarias a financiarem as melhorias necessárias, o MSC está a expandir o seu Ocean Stewardship Fund, abrindo também o seu programa In-Transition to MSC a todas as pescarias.
“As alterações climáticas e a sobre-exploração representam uma ameaça existencial para os nossos oceanos e para o abastecimento de produtos do mar”, afirmou Howes. “O último ano ficou marcado por avanços em vários acordos internacionais, incluindo sobre a biodiversidade dos oceanos, que, se implementados, poderão ajudar a salvaguardar o nosso oceano comum. O MSC irá apoiar os governos, o sector, os pescadores, os cientistas e os conservacionistas a aproveitarem esta dinâmica e a transformarem as promessas em progressos tangíveis”.
ODS da ONU
Durante o evento, o Professor Manuel Barange, director das Pescas e Aquicultura da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sublinhou a importância dos alimentos provenientes dos oceanos, rios e lagos para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em conformidade com a sua agenda de Transformação Azul. “Existe actualmente uma ampla aceitação por parte dos governos de que os alimentos de origem aquática desempenharão um papel fundamental na alimentação de uma população em crescimento, reduzindo simultaneamente as emissões de carbono e a pressão sobre as fontes terrestres de alimentos – mas apenas se forem produzidos de forma sustentável”, afirmou Barange. “As políticas emergentes, o investimento e o apoio aos alimentos de origem aquática oferecem novas oportunidades para que as empresas de produtos do mar transformem a sua forma de operar”.
No evento, o director de Programas do MSC, Nicolas Guichoux, apresentou as tendências e os desenvolvimentos recentes nas pescarias e nos mercados de produtos do mar sustentáveis. No final de Março de 2023, 19% das capturas mundiais de produtos do mar estavam certificadas ou em processo de avaliação segundo o Padrão do MSC, com 42 novas pescarias a obter a certificação do MSC no ano passado, representando 15 espécies diferentes. O atum e o escamudo continuam a ser as espécies certificadas dominantes.
Além disso, as pescarias da América Latina e da Indonésia registaram melhorias significativas. Os atuns do Equador, por exemplo, obtiveram a certificação do MSC pela primeira vez em 2022, na sequência de um projecto de melhoria das pescas com a duração de 5 anos.
O valor das vendas com o selo azul do MSC continua a aumentar (mais 9% desde 1 de Abril de 2022). Registou-se um crescimento significativo nas vendas de produtos do mar sustentáveis no sul da Europa, na América do Norte e no Japão, em resultado do aumento dos compromissos de empresas importantes como o Lidl, a Findus, a Bolton e o Walmart.
“A crescente sensibilização dos consumidores para o impacto que os alimentos têm no planeta está a influenciar as políticas de abastecimento dos retalhistas e, por conseguinte, a forma como o oceano é explorado”, afirmou Guichoux. Para apoiar esta transformação, o MSC irá lançar em Junho uma nova campanha para o Dia Mundial dos Oceanos de 2023 e 2024: «Tudo começa aqui». O MSC incentiva a comunidade dos produtos do mar e os consumidores a juntarem-se à campanha para apoiar um oceano saudável e próspero.
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