O primeiro-ministro, António Costa, participou hoje, 14 de Abril, no evento em que o ministro do Ambiente e Acção Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Repsol, Antonio Brufau, e o director do Grupo Sylvestris, Jaime Rábago, assinaram um acordo pioneiro para desenvolver o Motor Verde +Floresta, o maior projecto de reflorestação de grande escala em Portugal para a compensação da pegada de carbono.
“Esta iniciativa une o interesse e o compromisso do Governo para uma transição energética justa e sustentável com a Fundação Repsol, o Grupo Sylvestris, e uma equipa de especialistas que, desde 2021, está a desenvolver este projecto com grande sucesso em Espanha”, refere uma nota de imprensa da Repsol.
A implementação do projecto Motor Verde +Floresta em Portugal representa “um marco sem precedentes na reflorestação do País, com o objectivo de recuperar a biodiversidade em 100.000 hectares, através da plantação de mais de 90 milhões de árvores de espécies autóctones, após os efeitos devastadores dos incêndios nos últimos anos, que representaram uma perda de mais de 90.000 hectares de floresta por ano, desde 2017”, adianta a mesma nota.
O presidente da Repsol, Antonio Brufau, salientou que “a captura de CO₂ nos meios naturais, como as florestas, apoiada por tecnologia de satélite para o controlo e monitorização do desenvolvimento das massas florestais é, sem dúvida, outra grande oportunidade para a economia e para os desafios dos nossos países em termos de transição energética”.
Graças à acção natural das árvores, que absorvem o carbono da atmosfera e fixam-no nos seus tecidos para que possam crescer, este projecto permitirá compensar mais de 25 milhões de toneladas de CO₂.
Mercado voluntário de carbono
Este projecto pretende promover o mercado voluntário de carbono, concretizando “projectos de reflorestação de alta qualidade, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade a nível nacional e internacional, que vai contribuir para posicionar a Península Ibérica, concretamente Portugal, como um reservatório de carbono relevante na Europa”.
Com os trabalhos de reflorestação “vai ser possível gerar milhares de oportunidades de emprego local e inclusivo, e promover-se-á a colaboração com a administração pública e entidades sociais para promover a contratação de grupos vulneráveis. Do mesmo modo, também associado ao projecto, a Fundação Repsol colocará em marcha um programa com diferentes iniciativas formativas para melhorar a empregabilidade no sector florestal e promover o empreendedorismo verde entre os habitantes das zonas onde decorra a reflorestação”, acrescenta a mesma nota.
O desenvolvimento do projecto contará com empresas locais, que através do incentivo à criação de novos negócios ligados ao sector florestal, ajudarão a promover a economia local, e na atracção de actividade económica e riqueza nas comunidades envolventes.
Motor Verde +Floresta
Salienta ainda a Repsol que outro dos aspectos-chave do projecto é a aplicação de tecnologia no sector florestal. O Motor Verde +Floresta conta com o apoio da Hispasat, um parceiro tecnológico de referência, através do qual se tem utilizado tecnologia de satélite para a protecção integral das florestas contra incêndios e para a monitorização do crescimento das massas florestais, o que é fundamental para fornecer rigor ao mercado de compensação voluntária de emissões. Além disso, a implantação desta tecnologia tornará possível levar conectividade WiFi de banda larga gratuita aos habitantes das zonas remotas onde as plantações são realizadas, promovendo a coesão social e digital”.
O objectivo é desenvolver um projecto-piloto nos próximos anos no Norte do País, reflorestando uma área de 5.000 a 10.000 hectares com mais de 9.000 árvores de espécies autóctones, que permitirão a absorção de 2,5 milhões de toneladas de CO₂, gerando um impacto positivo e significativo no emprego e na economia local.
Já estão em curso trabalhos numa área de 58,5 hectares em Alpedrinha, Cardigos e Sardoal, afectados por dois incêndios em 2017 e 2019. Para a certificação internacional deste projecto de absorção, os projectos estão a desenvolver-se de acordo com as normas de Verra, num projeto-piloto para certificar o primeiro projecto em Portugal com créditos VCS (Verified Carbon Standard).
Financiamento
O projecto Motor Verde +Floresta “é uma oportunidade para empresas e organizações mitigarem a sua pegada de carbono com projectos de reflorestação de alta qualidade nas áreas circundantes mais próximas”. A Fundação Repsol conta já com o marketplace do Motor Verde (motorverde.fundacionrepsol.com), uma ferramenta digital através da qual indivíduos e empresas podem aderir a estes projetos, e que em breve incorporará novas florestas em Portugal.
Além disso, o financiamento dos projectos nos primeiros anos está assegurado graças ao Fundo ESG de Carbono Verde, um fundo de investimento inovador liderado pela Fundação Repsol, Crédit Agricole Indosuez e Portobello Capital, que tem 100 milhões de euros para apoiar projectos de reflorestação para a compensação de carbono em Portugal e Espanha.
Agricultura e Mar
Se vão reflorestar uma área de 5.000 a 10.000 hectares com mais de 9.000 árvores de espécies autóctones, isso dá cerca de 1 árvore por hectare. Quando essa árvore crescer já deve dar sombra para meia dúzia de ovelhas. Não é mau.
Esse é só o “projecto-piloto nos próximos anos no Norte do País”. Mas sim, é pouco.
O texto foi mal adaptado do espanhol. Ver aqui o original:
“El objetivo es desarrollar en los próximos años un proyecto piloto en el norte del país, reforestando una superficie de 5.000-10.000 hectáreas con más de 9 millones de árboles de especies autóctonas, que supondrán la absorción de 2,5 millones de toneladas de CO₂, generando un importante impacto positivo sobre el empleo y la economía local. Actualmente ya se está trabajando en un área de 58,5 hectáreas en los municipios de Alpedrinha, Cardigos e Sardoal, afectadas por dos incendios en 2017 y 2019. Para la certificación internacional de este proyecto de absorción se está trabajando bajo los estándares de Verra, en un proyecto piloto para certificar con créditos Verified Carbon Standard (VCS) el primer proyecto en Portugal.”
Fonte: https://www.fundacionrepsol.com/es/noticias/fundacion-repsol-el-ministerio-medio-ambiente-accion-climatica-impulsan-el-mayor-programa/
Caro Tiago. Trata-se de uma nota de imprensa (por isso não assinada por um jornalista) mas que foi mesmo escrita pela Repsol Portugal. Assim, a haver adaptação terá sido ao contrário: de português para espanhol.
Por acaso, sabemos quem foi a autora da nota de imprensa; é mesmo portuguesa.
E não me parece que esteja com erros gramaticais ou ortográficos. Está em português puro e duro.
Acrescento que refugiar-se num endereço de email “duck.com” não protege a sua identidade (ao contrário do que o serviço promete); temos acesso ao seu IP.