O secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, acompanhou, no dia 6 de Fevereiro, a primeira recolha de semente de pinheiro-bravo num pinhal que reúne, em Valença, os melhores pinheiros do País e que irá contribuir para solucionar a falta de semente necessária para rearborizar a floresta portuguesa.
A visita celebrou o contributo do pinhal de Chamosinhos para a floresta portuguesa na provisão de semente de pinheiro-bravo numa altura em que existe a falta deste recurso para produzir novas plantas desta espécie autóctone, explica uma nota de imprensa do Centro Pinus — Associação para a Valorização da Floresta de Pinho.
O Centro Pinus estima que exista, actualmente, um défice anual de semente de 66,4% para cobrir as necessidades de plantação
Na sua intervenção, João Paulo Catarino destacou a importância desta parceria de mais de vinte anos entre o Centro Pinus, o ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária. “Estarmos hoje a colher os frutos de um projecto de longo-prazo parece simples, mas exigiu uma grande resiliência e empenho”.
O secretário de Estado com a tutela das Florestas reconheceu a dificuldade de manter projectos de I&D de longo-prazo, necessários para o sector florestal quando o financiamento público é alocado em quadros de financiamento de curto e médio prazo.
Os melhores pinheiros de todo o País
Instalado em 2000, este pomar reúne os melhores pinheiros de todo o País, incluindo da Mata Nacional de Leiria. É gerido pelo Centro Pinus, uma organização do sector florestal que reúne todos os agentes da fileira do pinheiro-bravo.
“Este é um momento emblemático para o Centro Pinus e de extrema importância para a nossa floresta. Agora, chegou finalmente o momento de recolher as primeiras pinhas com semente e que permitirá rearborizar áreas essenciais para abastecer serrações e muitas empresas da Fileira que contribuem económica e socialmente para a valorização das comunidades rurais e do nosso País”, salientou João Gonçalves, presidente do Centro Pinus.
O Centro Pinus estima que exista, actualmente, um défice anual de semente de 66,4% para cobrir as necessidades de plantação. A colheita de semente de pinheiro-bravo faz-se, numa altura específica do ano, e apanha-se directamente na copa das árvores por Escaladores do Centro Nacional de Sementes Florestais (CENASEF) do ICNF.
Durante a visita, a equipa de escaladores do CENASEF trabalhou, lado a lado, com uma plataforma elevatória eléctrica, contratada pelo Centro Pinus, para demonstrar o potencial deste tipo de equipamentos como solução para a falta de mão-de-obra que também se faz sentir na colheita de semente. Em duas semanas de trabalho, os escaladores obtiveram duas toneladas de pinha no Pomar de Chamosinhos.
Este pinhal produtor de semente, com cerca de 3 hectares, é também um fruto da ciência e o culminar do investimento na investigação realizada pelas instituições públicas, como o INIAV que, nas últimas décadas, têm feito um trabalho notável na conservação do património genético do pinhal português.
Este será o segundo pinhal reconhecido oficialmente para produção de semente de elevada qualidade, com a designação legal de “qualificada”, resultando num ganho genético de 21% em diâmetro e 12% em altura de madeira de pinho.
Agricultura e Mar