A produção de cebola na Região Autónoma da Madeira (RAM) aumentou, em 2021, para 4.369 toneladas, ou seja, mais 4% do que em 2020 (4.201 toneladas), segundo as estimativas da Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, através da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRA).
O valor bruto da cebola na Madeira, em 2021, foi de 3,364 milhões euros. Constata-se, assim, em relação ao ano de 2020 (3,9 milhões), uma diminuição de 13% do rendimento potencial dos agricultores. Embora tenha ocorrido um aumento na produção, o rendimento dos agricultores produtores baixou, o que “não está relacionado com a qualidade da cebola oferecida, mas com a pandemia Covid-19, que provocou algumas distorções no mercado desta hortícola (a cotação entre estes dois anos baixou de 0,93 € para 0,77 €)”, realça a Secretaria Regional de Agricultura.
Já em 2022, e pelas estimativas da DRA, estima-se que a área continue a aumentar (cerca de 3% a 4%), pois “é constatável o aparecimento de novas áreas já plantadas e a manutenção da maioria das superfícies anteriormente cultivadas. Já no que respeita à produção, é também expectável que a produtividade se mantenha ao nível da de 2021, sendo, por tal, previsível um aumento de produção equivalente ao da área”.
Área plantada aumenta 1,5%
Relativamente à área dedicada à cultura, em 2021, esta também deverá ter registado uma variação positiva (mais 1,5%), passando para cerca de 138 hectares (eram 136 hectares em 2020), “sinal da atenção e interesse que esta importante espécie hortícola tem na Região Autónoma da Madeira. O número de agricultores envolvidos na produção varia entre 1.100 a 1.150”, refere a Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
No entanto, se compararmos os dados de 2021 com os, ainda recentes, de 2017, estes aumentos são bastante mais significativos. Se tivermos em conta que a área era de 110 ha e a produção era de 3.080 ton, poderemos considerar uma variação positiva de 25% em área e de 42% em produção.
Com base no Recenseamento da Agricultura de 2019, promovido pelo Instituto Nacional de Estatística, as zonas de maior importância da cultura na RAM são os concelhos de Santa Cruz (quase 82% da área total e 87% de todas as explorações) e, com muito menos relevância, o da Calheta, onde se salienta a freguesia da Ponta do Pargo.
Há, no entanto, que chamar a atenção que se registou uma aumento da área ocupada com a cultura da cebola em outros concelhos, com sucesso considerável em termos de produtividade, sinal que esta espécie se tem constituído como uma alternativa credível a outras culturas tradicionais: é o caso de freguesias como a Quinta Grande, Campanário e Ribeira da Janela, entre outras, onde o crescimento da superfície de cebola se tem vindo a sentir com alguma intensidade, realça aquela Secretaria Regional de Agricultura.
Produção biológica
Acrescenta aquela entidade governamental que, em 2013, eram 16 os agricultores que se dedicaram à produção de cebola biológica. A área ocupada situou-se nos 1,1 hectares, proporcionando uma produção de 22 toneladas. Em 2004, estes valores eram de de 0,1 hectares e 1,5 toneladas. Em 2018, embora mantendo-se o mesmo número de produtores, a área subiu ligeiramente para 1,2 hectares e a produção rondou as 30 toneladas.
Na actualidade, estima-se que esta área se aproxime dos 2 ha, com uma produção de 50 toneladas, envolvendo cerca de 26 a 30 agricultores.
A cotação média da cebola biológica, embora muito variável, pode atingir valores bastante superiores ao da cotação média da cebola convencional (em 2021, o valor pago à produção pela cebola obtida em modo biológico rondou os 1,39 €/kg, o que corresponde a + 12% relativamente ao valor de 2018).
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