O ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas coordena intervenção para proteger população de cavalos-marinhos afectada por colapso de pontão na Trafaria.
Refere o Instituto, em comunicado de imprensa, que “o colapso de um dos pontões da Trafaria na passada sexta-feira, colocou em perigo um núcleo populacional importante de cavalos-marinhos, das espécies Hippocampus hippocampus e Hippocampus guttulatus, que vive debaixo deste pontão, para além de outras espécies de singnatídeos”.
E adianta que “essas espécies têm graves problemas de conservação necessitando de medidas de protecção específicas e urgentes, o que fez com que já estejam listadas nos anexos da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) e no Regulamento Comunitário que aplica essa convenção na União Europeia, tendo ainda sido incluídas nos anexos do recentemente publicado Decreto-Lei nº 38/2021, de 21 de Maio, que aprovou o regime jurídico aplicável à protecção e à conservação da flora e da fauna selvagens e dos habitats naturais das espécies enumeradas nas Convenções de Berna e de Bona”.
Este núcleo populacional é de dimensão desconhecida mas a densidade de indivíduos encontrada debaixo dos pontões parece ser elevada sendo bastante pertinente a sua protecção, colocada em perigo pelo colapso do pontão e com a necessidade, por questões de segurança, de proceder ao afundamento do que resta dele, acrescenta o ICNF.
Dada essa urgência de intervir no pontão, “seria importante assegurar a translocação daqueles indivíduos para um outro local com características adequadas, ou mantê-los em cativeiro até poderem ser novamente devolvidos à natureza”.
Assim, o ICNF decidiu emitir as “necessárias autorizações para a captura do maior número de espécimes de cavalos-marinhos da população citada anteriormente, tendo conseguido, para isso, que a Autoridade Portuária do Porto de Lisboa, salvaguardando as questões de segurança adequadas, adiasse a sua intervenção no pontão permitindo essa captura dos espécimes de cavalos-marinhos”.
Essa captura será efectuada por peritos do ISPA, devida e excepcionalmente licenciados pelo ICNF para esta operação e obteve ainda a colaboração do Oceanário que ficará responsável pelo acolhimento e manutenção dos espécimes de cavalos-marinhos até o ICNF, Autoridade Nacional de Conservação da Natureza, decidir sobre a sua devolução à natureza.
A operação foi realizada dia 30 de Março de 2022, acompanhada por técnicos do ICNF.
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