Apenas 11% das explorações agrícolas da UE são geridas por agricultores com menos de 40 anos e 33% são geridas por agricultores com mais de 65 anos. No caso português, 3,7% dos produtores agrícolas têm menos de 40 anos e 54,6% têm 65 ou mais anos, num contexto actual no qual a produção mundial de alimentos precisa de ser repensada e duplicada face ao crescimento populacional, à crise económica que galopa e a respectiva segurança alimentar.
Não só o estrangulamento etário das explorações agrícolas é uma preocupação combatida com a inserção de novos agricultores no mercado, sendo também necessário acautelar a continuidade geracional e a fuga dos cérebros agrícolas. Incentivar a continuidade familiar entre gerações de agricultores, é, na minha perspectiva, fazer uso directo do conhecimento prático, da mão-de-obra familiar, das ferramentas e das alfaias pré-existentes e eventualmente da disponibilidade de terra própria ou em regime de arrendamento.
Como instrumento de apelo a esta continuidade mostra-se pertinente implementar um conjunto de apoios à reforma do titular da exploração agrícola e a transmissão da actividade agrícola para a sua descendência, acompanhado de uma linha de crédito especial para que os descendentes de primeiro grau de agricultores possam financiar até 60/70% do valor de prédios rústicos com vista ao emparcelamento e competitividade da exploração – considerando que o tamanho reduzido da parcela é, por vezes um constrangimento, incapaz de originar rendimento e sustentabilidade económica.
Paralelamente, a formação profissional é sempre uma premissa, incidindo no recurso a técnicas inovadoras tais como a agricultura de precisão e na optimização do consumo de água, uma melhor gestão dos nutrientes, gestão integrada das pragas, e de alternativas biológicas, seguras e economicamente acessíveis aos pesticidas químicos.
Agricultura e Mar