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Congresso lança bases do plano estratégico para o sector de fundição

O sector português de fundição é competitivo e tem condições para dar um “contributo decisivo” para a afirmação do nosso País na quarta revolução industrial. Para isso, “vai continuar a investir” em inovação, em novas soluções tecnológicas, em capacitação e formação e em processos e produtos mais sustentáveis, esperando do poder político a “eliminação dos custos de contexto” com que continua confrontado.

É desta forma que o presidente da Associação Portuguesa de Fundição (APF) resume o que se passou no XVII Congresso Nacional do sector, que nos últimos dois dias teve lugar no CEiiA – Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel, em Matosinhos.

“Estão lançadas as bases para dotar a fundição portuguesa de um plano estratégico”, afirmou, no final, Filipe Villas-Boas, adiantando que tal plano, que sai esboçado do encontro, irá “permitir a todos os agentes do sector um conhecimento mais aprofundado do ambiente de negócios e dos seus principais indicadores” e “projectar para o exterior uma imagem de competência técnica e de grande qualidade da capacidade instalada”.

Nesse sentido, acrescentou, é imperioso que as empresas continuem a trabalhar em “estreita articulação com os centros de conhecimento e o sistema científico e tecnológico” e que “não percam o foco na inovação” e numa “resposta técnica de qualidade e rigor”.

Desta forma, sustenta Filipe Villas-Boas, a fundição portuguesa terá “mais possibilidades” de se afirmar na indústria 4.0 a nível global e de superar as dificuldades e ameaças de um “mundo VUCA”, que foi como o secretário-geral do Comité de Associações Europeias de Fundição, o alemão Max Schumacher, caracterizou a situação económica mundial, por ser “volatile, uncertain, complex and ambiguous” (volátil, incerto, complexo e ambíguo).

Justifica-se, por isso, que a APF reforce o seu papel de “catalisador do sector e a sua acção junto dos decisores institucionais em defesa dos interesses da nossa indústria”, sublinhou Filipe Villas-Boas.

Sector assegura 4.000 empregos directos

Durante dois dias, mais de duas centenas de empresários, gestores, investigadores, académicos e outros especialistas, nacionais e estrangeiros, ligados à fundição debateram a situação do sector, trocaram informação técnica e ficaram a conhecer algumas das soluções tecnológicas mais recentes que podem concorrer para o reforço das competências competitivas de uma indústria a que pertencem cerca de seis dezenas de empresas, maioritariamente PME. Assegura 4.000 empregos directos, exporta 85% da produção e factura, em conjunto, cerca de 600 milhões de euros anuais.

A fundição portuguesa vende no mercado interno apenas 15% da produção, canalizando os restantes 85% para a exportação. Os seus principais mercados no exterior estão na União Europeia: Alemanha, França, Itália, Espanha e Reino Unido. Sectorialmente, fornece as indústrias automóvel, metalomecânica, da construção civil, cerâmica, mineira, eléctrica e electrónica, naval, de máquinas agrícolas e industriais, ferroviária, eólica, aeronáutica e aeroespacial.

Cerca de 60% da produção total destina-se à indústria de componentes para automóveis, podendo afirmar-se que todos os carros hoje fabricados na Europa têm peças com origem no sector português de fundição. Daí que 5% dos 8.000 milhões de euros de componentes para o sector automóvel fabricados em Portugal (6,8 mil milhões dos quais representam exportações), resultem de peças saídas das fundições nacionais.

Globalmente, as empresas portuguesas de fundição têm estado a investir, nomeadamente as dos produtos não-ferrosos, no reforço da sua capacidade de produção, expansão e modernização. Nos anos de 2014 e 2015, os investimentos ecfetuados superaram os 80 milhões de euros. A tendência deverá manter-se e esse montante ultrapassar os 100 milhões no final do próximo ano, com a consequente criação de 500 novos postos de trabalho. Para a formação destes novos activos do sector, nas diferentes qualificações profissionais que virão a ser requeridas, conta com o Centro de Formação Profissional da Indústria de Fundição (CINFU).

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