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INE: produção de azeitona para azeite ultrapassa 1,2 milhões de toneladas a maior dos últimos 80 anos

As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Dezembro, apontam para uma produção historicamente elevada de azeitona para azeite, ultrapassando as 1,2 milhões de toneladas, mais 70% que em 2020, posicionando esta campanha como a mais produtiva dos últimos 80 anos.

“Esta quantidade extraordinariamente elevada, colhida num período de tempo concentrado, originou uma disrupção na cadeia de transformação, essencialmente devido ao sub-dimensionamento da capacidade de gestão do bagaço produzido”, refere o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Janeiro de 2022 do INE.

Acrescentam os técnicos do INE que a colheita da azeitona, que se iniciou em meados de Outubro nos olivais tradicionais e no princípio de Novembro nos olivais em sebe, estava, no final de Dezembro, próximo da sua conclusão.

Após um ano de contrassafra (mas que ainda assim foi um dos dez mais produtivos dos últimos 80 anos), a campanha de 2021 decorreu em condições meteorológicas muito favoráveis, com uma abundante floração e o vingamento de uma elevada percentagem de frutos, refere o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Janeiro de 2022.

E realça que a maturação decorreu sem problemas, tendo a precipitação do final de Outubro contribuído para um aumento no calibre das azeitonas em alguns olivais tradicionais de sequeiro do Centro e Sul. Estes factores, conjugados com o aumento do peso dos olivais intensivos de regadio na estrutura do olival nacional, “proporcionaram as condições ideais para a obtenção de uma produção historicamente elevada de azeitona para azeite, estimando-se que ultrapasse, pela primeira vez, as 1,2 milhões de toneladas (+65%, face à média dos últimos cinco anos)”.

Dificuldades de escoamento de bagaço de azeitona

Os técnicos do INE deixam ainda uma “nota para as dificuldades sentidas pela fileira do azeite para fazer face a uma inédita quantidade de matéria-prima que, concentrada num período de pouco mais de um mês (que correspondeu ao pico dos trabalhos de colheita), foi colhida e transportada para os lagares”.

Em resultado do processamento desta azeitona pelos lagares, a quantidade de bagaço direccionado para as unidades de recepção e extracção de bagaço de azeitona foi igualmente extraordinariamente elevada, conduzindo, após a última semana de Novembro, ao esgotamento da capacidade máxima instalada nessas unidades e, consequentemente, à suspensão da sua recepção.

Segundo o INE, esta decisão teve “repercussões nos lagares, que também tiveram que suspender a laboração, e nos olivicultores, que pararam de colher/entregar a azeitona, deixando-a na árvore em sobrematuração, comprometendo potencialmente a quantidade e qualidade dos azeites obtidos”.

Por forma a contornar esta situação, “alguns produtores optaram por entregar parte da sua produção em lagares espanhóis”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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