A “Fábrica do Azeite”, novo espaço do Porto dedicado ao azeite transmontano e duriense, biológico e com selo DOP, mostra como o olival português “pode casar com a indústria têxtil em prol da economia circular e sustentável”.
A loja possui um lagar compacto e, em altura de colheita, extrai azeite para provas no local. Que podem ser robustecidas com “tapas”
O que é que t-shirts, sweatshirts, hoodies, joggers ou casacões têm a ver com azeitonas? E o que fazem ao lado de um lagar (donde se extrai azeite biológico) e de outros produtos seleccionados como vinhos e vinagres, mel e compotas, frutos secos e biscoitos, chás e infusões, chocolates, conservas variadas e afins?
São perguntas que, para os lados da Baixa da cidade do Porto, costumam ouvir-se em várias línguas, tantas quantas as nacionalidades dos visitantes da recém-inaugurada “Fábrica do Azeite”. Trata-se de um espaço dedicado sobretudo (mas não só) ao ouro verde de Trás-os-Montes e Alto-Douro, mas também a outras mercearias gourmet, para venda e degustação.
Linha de vestuário 100% biológica
Pois, a “Fábrica do Azeite” disponibiliza complementarmente uma linha de vestuário 100% biológica e sustentável porque o olival que a “alimenta” começou a escoar o bagaço de azeitona para a indústria têxtil colorir roupa com técnicas naturais e matérias-primas orgânicas, livres de compostos sintéticos e/ou químicos, refere uma nota de imprensa dos responsáveis pela loja.
Este subproduto resulta da transformação do fruto das oliveiras da Quinta do Prado (em Vila Flor), berço do azeite Acushla. E o primeiro passo no seu aproveitamento está a ser dado, para já, dentro do próprio grupo empresarial têxtil (Tetribérica) detentor da marca olivícola, na direcção das colecções da Barrio Santo, uma insígnia de roupa de corte sportswear e fitness wear, feita com matérias-primas sustentáveis (cerca de 85% da produção têxtil do grupo usa materiais ecológicos).
“O que é um desperdício, para uns, é para outros, como nós, uma matéria-prima. Que dá expressão a uma outra forma de estar. E de fazer, a pensar na sustentabilidade do planeta”, explicita Joaquim Moreira, o empresário que está por trás de tudo. Da Fábrica do Azeite, do Acushla e da Tetribérica.
Mas a derivação pronto-a-vestir na “Fábrica do Azeite” é “mais um pormenor, entre muitos. O maior deles todos assume a forma de um lagar, que, embora de dimensões industrialmente mais comedidas, cria uma hora mágica todos os dias, entre as 16 e as 17 horas, altura em que processa as azeitonas da Quinta do Prado (300 hectares, mais de 70 mil oliveiras)”. Para que os visitantes e clientes possam provar no local “toda a frescura que faz a formosura do precioso líquido, escassos segundos após a extracção em lagar”, realça a mesma nota.
Mas, há um senão: a experiência é sazonal, pois acompanha o período da apanha da azeitona, normalmente de Setembro a Dezembro.
Provas todo o ano
Fora de campanha, as provas podem ser feitas com azeite engarrafado, sobretudo com o azeite biológico Acushla, de qualidade virgem extra. A marca é uma das mais premiadas do mercado português, com mais de 100 galardões nacionais e internacionais em 15 anos, e exporta em paragens como a Suíça, Itália, Japão, China, Estados Unidos da América, Reino Unido, Grécia, Israel, Argentina, Dubai, Brasil, França, Alemanha, Canadá, Espanha.
A degustação de azeite pode ser acompanhada do tradicional pão (biológico) e azeitonas das variedades cobrançosa, madural, verdeal e cordovil (autóctones de Trás-os-Montes e Alto Douro), e, ainda, robustecida de algumas “tapas” criadas para o efeito.
“Referimo-nos às ceiras de enchidos, de conserva (atum, cavala, petinga ou sardinha, azeitonas, frutos secos, fruta da época e pão), Verdeal (para 1 pessoa, com queijos, enchidos, conservas, fruta da época, frutos secos, crackers e grissinos), Madural (para 2 pessoas, com queijos, enchidos, conservas, fruta da época, frutos secos, compota, pasta de azeitona, pão, crackers e grissinos) e Cobrançosa (para 4 pessoas)”, acrescenta a nota de imprensa.
Agricultura e Mar Actual