“O Algarve tem todas as condições para uma agricultura competitiva e sustentável, consolidando e aprofundando uma oferta de produtos de alta qualidade, com destaque nos frutos e vegetais frescos, no vinho, nas plantas e flores, na alfarroba e nos frutos de casca rija, na amêndoa, afirmando o registo da importância da Dieta Mediterrânica para uma vida saudável e para a qualidade de vida. Temos um enormíssimo desafio pela frente: A gestão da água”.
Foi com estas palavras que o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve (CCDR Algarve), José Apolinário, recebeu a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, na sessão de Auscultação e Partilha de Contributos do Plano Estratégico da PAC 2023-2027 (PEPAC), em Faro.
Tem-se registado “uma diminuição da captação de água para a agricultura desde a década de 1990. No Algarve, aponta-se para uma redução na captação de água para a agricultura na ordem dos 50%, ao longo dos últimos 20 anos
Acrescentou José Apolinário que a agricultura e o desenvolvimento rural, a fileira da agroindústria e da transformação, “é chave para o atenuar da nossa especialização económica predominante no turismo e um sector incontornável para a sempre almejada diversificação da base económica. No Algarve, a Estratégia 2030 da Região sublinha justamente este objectivo estratégico”.
Gestão da água
Segundo o presidente da CCDR Algarve, ao nível europeu, apesar do aumento da procura devido às alterações climáticas, do aumento das temperaturas e de menores quantidades de precipitação, tem-se registado “uma diminuição da captação de água para a agricultura desde a década de 1990. No Algarve, e sem prejuízo de todo o trabalho de aperfeiçoamento e monitorização de dados a realizar, aponta-se para uma redução na captação de água para a agricultura na ordem dos 50%, ao longo dos últimos 20 anos”.
“Nos próximos anos assistiremos a um ainda maior reforço da integração dos objectivos da política da água, do incentivo à utilização sustentável da água, na Política Agrícola. Por isso mesmo as empresas e a universidade procuraram construir uma proposta de uma agenda mobilizadora para a água, que esperamos possa merecer, da parte do painel de avaliação, a ponderação e importância que todos damos ao tema do uso sustentável da água. A digitalização e o conhecimento são chaves para a sustentabilidade da agricultura”, realçou José Apolinário.
Quanto à dimensão da pegada ecológica, aquele responsável referiu que a “grande distribuição, a designada distribuição moderna e o turismo podem e devem comprar mais produtos na região, contribuir para a descarbonização, para a valorização dos produtos endógenos. Estarão assim a contribuir para a diversificação da base económica regional e dar um contributo mais efectivo para a descarbonização. E a ajudar a agricultura da região”.
Agricultura e Mar Actual