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Até 31 de Julho arderam 1.589 ha de terrenos agrícolas. Área total ardida está 39,4% abaixo de 2020

A base de dados nacional de incêndios rurais regista, no período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Julho de 2021, um total de 5.005 incêndios rurais que resultaram em 15.449 hectares de área ardida, entre povoamentos (3.838 ha), matos (10.022 ha) e agricultura 1.589 ha), divulga o 3º Relatório provisório: 1 de Janeiro a 31 de Julho, de incêndios rurais referentes a 2021.

Estes valores, ainda provisórios, representam uma diminuição de 39,4% da área ardida (15.449 ha) face a igual período de 2020, segundo os dados do documento elaborado pela Divisão de apoio à Gestão de Fogos Rurais (DGFR) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Também o número de incêndios registados (5.005 ) registou uma diminuição, de 0,32%, face a Julho do ano passado.

No entanto, o Instituto salienta que, comparando os valores do ano de 2021 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 43% de incêndios rurais e menos 59% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2021 apresenta, até ao dia 31 de Julho, o valor mais reduzido em número de incêndios e o 4.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2011.

Dimensão dos incêndios

A distribuição do número de incêndios rurais por classe de área ardida evidencia que em 2021 os incêndios com área ardida inferior a 1 hectare são os mais frequentes (80 % do total de incêndios rurais). No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se, até à data, a ocorrência de 24 incêndios com área ardida entre 100 e 1.000 hectares.

Consideram-se grandes incêndios sempre que a área ardida total seja igual ou superior a 100 hectares. Até 31 de Julho de 2021 registaram-se 24 incêndios enquadrados nesta categoria, que resultaram em 6.168 hectares de área ardida, cerca de 40% do total da área ardida.

Causas

Do total de 5.005 incêndios rurais verificados no ano de 2021, 3770 foram investigados (75% do número total de incêndios – responsáveis por 92% da área total ardida). Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 2752 incêndios (73% dos incêndios investigados – responsáveis por 87% da área total ardida).

Quanto à distribuição percentual das causas de incêndio do universo de incêndios investigados para os quais foi possível atribuir uma causa, até à data, as causas mais frequentes em 2021 são: uso negligente do fogo (60%) e o incendiarismo — imputáveis (16%) —, naquele caso com relevância para as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (25%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (13%) e queimadas para gestão de pasto para gado (19%). Os reacendimentos representam 4% do total de causas apuradas, num valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (14%).

Distrito de Vila Real continua a ser o mais afectado

Da análise por distrito, destacam-se com maior número de incêndios, e por ordem decrescente, os distritos do Porto (781), Vila Real (435) e Aveiro (433). Em qualquer um dos casos, os incêndios são maioritariamente de reduzida dimensão (não ultrapassam 1 hectare de área ardida). No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de 1 hectare de área ardida é de 91%.

O distrito mais afectado, no que concerne à área ardida, é Vila Real, com 3.706 hectares, cerca de 24% da área total ardida até à data, seguido de Faro com 2066 hectares (13% do total) e de Braga com 1.870 hectares (12% do total).

Os concelhos que apresentam maior número de incêndios localizam-se quase todos a Norte do Tejo, e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agroflorestal. Estes vinte concelhos representam 28% do número total de ocorrências e 28% da área total ardida.

Pode ler o relatório completo aqui.

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