A base de dados nacional de incêndios rurais regista, no período compreendido entre 1 de Janeiro e 30 de Junho de 2021, um total de 3.628 incêndios rurais que resultaram em 11.030 hectares de área ardida, entre povoamentos (2.263 ha), matos (7.995 ha) e agricultura (772 ha), divulga o 1º relatório provisório: 1 de Janeiro a 30 de Junho, de incêndios rurais referentes a 2021.
Estes valores, ainda provisórios, representam um aumento de 139,47% da área ardida face a igual período de 2020, segundo os dados do documento elaborado pela Divisão de apoio à Gestão de Fogos Rurais (DGFR) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Comparando os valores do ano de 2021 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 38% de incêndios rurais e menos 36% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2021 apresenta, até ao dia 30 de Junho, o terceiro valor mais reduzido em número de incêndios e o quarto valor mais elevado de área ardida desde 2011.
Dimensão dos incêndios
A distribuição do número de incêndios rurais por classe de área ardida evidencia que em 2021 os incêndios com área ardida inferior a 1 hectare são os mais frequentes (77 % do total de incêndios rurais). No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se, até à data, a ocorrência de 18 incêndios com área ardida entre 100 e 1.000 hectares.
Consideram-se grandes incêndios sempre que a área ardida total seja igual ou superior a 100 hectares. Até 30 de Junho de 2021 registaram-se 18 incêndios enquadrados nesta categoria, que resultaram em 2.975 hectares de área ardida, cerca de 27% do total da área ardida.
Causas
Do total de 3.628 incêndios rurais verificados no ano passado, 2.741 foram investigados (76% do número total de incêndios, responsáveis por 91% da área total ardida). Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 2.179 incêndios (79% dos incêndios investigados, responsáveis por 86% da área total ardida).
Até à data, as causas mais frequentes em 2021 são: incendiarismo, imputáveis (13%) e o uso negligente do fogo (69%), neste caso com relevância para as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (28%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (16%) e queimadas para gestão de pasto para gado (22%). Os reacendimentos representam 4% do total de causas apuradas, num valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (12%).
Distrito de Vila Real, o mais afectado
Da análise por distrito, destacam-se com maior número de incêndios, e por ordem decrescente, os distritos do Porto (556), Vila Real (413) e Braga (339). Em qualquer um dos casos, os incêndios são maioritariamente de reduzida dimensão (não ultrapassam 1 hectare de área ardida). No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de 1 hectare de área ardida é de 88%.
O distrito mais afectado, no que concerne à área ardida, é Vila Real, com 3.576 hectares, cerca de 32% da área total ardida até à data, seguido de Braga com 1.843 hectares (17% do total) e de Viana do Castelo com 1.308 hectares (12% do total).
Os concelhos que apresentam maior número de incêndios localizam-se todos a norte do Tejo, e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agroflorestal. Estes vinte concelhos representam 31% do número total de ocorrências e 49% da área total ardida.
Agricultura e Mar Actual