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Aprolep propõe aumento imediato de 5 cêntimos no leite pago ao produtor para cobrir os custos de produção

A direcção da Aprolep — Associação dos Produtores de Leite de Portugal propõe um aumento imediato de 5 cêntimos do preço do leite pago ao produtor para cobrir os custos de produção. E diz que as medidas de apoio imediato anunciadas pelo Ministério da Agricultura (linha de crédito e antecipação de uma ajuda já existente) “não terão qualquer efeito no rendimento dos agricultores , nem devem distrair-nos do objectivo: um preço justo para o leite produzido, superior aos custos de produção”.

“Se não houver uma resposta imediata e positiva, a luta dos produtores terá certamente de se intensificar e endurecer”, garante a Associação em comunicado.

A Aprolep vê como positiva a reunião da PARCA – Plataforma de acompanhamento das relações na cadeia agroalimentar que vai hoje decorrer, 8 de Julho, mas diz ser essencial que “todos os participantes levem propostas positivas e que dessa reunião surjam decisões para salvar a produção de leite”. “Não pode ser mais um episódio de “passa-culpas” a “sacudir a água do capote”, enquanto os produtores se endividam, adiam pagamentos e podem ser obrigados a reduzir a alimentação dos animais”.

A direcção da Aprolep realça que os produtores de leite “estão há 6 meses a suportar aumentos brutais nos custos de alimentação das vacas leiteiras. A nossa margem já era quase nula, porque recebemos o mesmo preço há mais de 20 anos e suportámos aumentos no custo da energia, da mão de obra e de todos os factores de produção”.

Pensamos que é tempo de a distribuição afirmar e demonstrar de forma efectiva que defende a produção nacional

E alerta que, os dados mais recentes do Observatório Europeu do Leite indicam que em Maio a diferença do preço médio português para a média europeia foram 5,7 cêntimos e em Junho terão sido 6 cêntimos. “Estamos com um preço médio de 30 cêntimos/kg para um custo que estimamos de 35 cêntimos. Um estudo recente do Ministério da Agricultura espanhol confirma esse valor. Por isso, propomos um aumento imediato de 5 cêntimos para cobrir os custos de produção”.

“Estado de desespero e revolta dos produtores”

Relembra ainda o comunicado que “perante o estado de desespero e revolta dos produtores, organizámos uma manifestação no Porto a 26 de Fevereiro e em sucessivos comunicados alertámos as cooperativas, as indústrias, o poder político e o sector da distribuição para o facto de estarmos há vários meses a vender o leite abaixo do custo de produção, com o pior preço da Europa, e cada vez mais longe”.

A Associação relembra ainda que em carta aberta de 20 de Maio, perguntou: Estão as empresas de distribuição disponíveis para actualizar com urgência o preço do leite e produtos lácteos aos seus fornecedores?. Mas garante que teve qualquer resposta.

“Também não vimos resposta à acusação recente feita em comunicado por Associação Nacional dos Industriais dos Lacticínios (ANIL) e Fenalac – Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite: “A grande distribuição continua sistematicamente a desvalorizar o produto ao praticar as mesmas condições negociais, com a agravante de, recentemente, aumentar a pressão promocional sobre os produtos lácteos”. Pensamos que é tempo de a distribuição afirmar e demonstrar de forma efectiva que defende a produção nacional”, acrescenta o comunicado.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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